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Oposição na Assembleia Municipal de Maputo diz não ver desenvolvimento na urbe

A Renamo e MDM na Assembleia Municipal da cidade de Maputo dizem não ver o “assinalável crescimento da urbe” apregoado pela Frelimo. As duas bancadas dizem que nos 133 anos da capital do país, a problemática dos transportes e a pobreza urbana continuam marcantes.

Cento e trinta e três anos da cidade de Maputo, vistos sob espectro crítico pelas duas bancadas da oposição na Assembleia Municipal da cidade de Maputo:

“Vejo com muita angústia o desenvolvimento da cidade de Maputo. Os problemas são cíclicos. Há muitos problemas que já são conhecidos e que veem desde os anteriores edis que nada fizeram. São 133 anos, mas tudo o que se vê é uma lástima”, lamenta Manuel Massunge, da bancada da Renamo.

“Os nossos autocarros são poucos. E mesmo com os poucos que existem a manutenção é deficiente. Quando um autocarro avaria não é concertado e causa grandes transtornos”, acrescenta.

Entretanto, não é só o transporte que é apontando como um desafio na maior cidade do país. A falta de emprego e a criminalidade constam também do rol de problemas apontados pelo MDM.

Augusto Mbazo, membro da Assembleia Municipal pelo partido, diz não se justificar que os níveis de criminalidade estejam a aumentar na urbe, sobretudo à luz do dia e nas principais avenidas.

“Os jovens já perderam a esperança de conseguir emprego, por falta de projectos concretos”, afirma Mbazo, para quem não faz sentido que na cidade, cerca de 80 por cento da população viva na extrema pobreza. “Não estamos satisfeitos nem com o nível e nem com a forma de desenvolvimento da capital”, assinala.

FRELIMO COM LEITURA OPTIMISTA

Enquanto a oposição faz uma leitura deplorável sobre o actual cenário da capital nos diversos aspectos, a Frelimo, partido que gere a urbe, reconhece que muitos são os desafios e neste momento a COVID-19 é o maior.

“Neste momento o município tem estado a desdobrar-se a todos níveis, no sentido de procurar a prevenção, bem como criar medidas para que a COVID-19 não se propague nos níveis em que verificamos hoje”, expressa Francisco Sumbana.

Conforme avança Sumbana, com a pandemia da COVID-19 que veio agravar a problemática da mobilidade na cidade, o município tem trabalhado para melhorar as infraestruturas, meios de transportes e vias de acesso para que as pessoas possam se movimentar de forma segura e confortável.

“O programa que foi estabelecido para este quinquénio tomou isto como matéria crucial e já está a se trabalhar no sentido de criar condições para que haja melhor mobilidade”, diz, mas lamenta, igualmente, “a falta de recursos financeiros, para a materialização urgente dos planos”.

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