Foi em frente à sede da Televisão Pública húngara, em Budapeste, e com alguns momentos de tensão com as forças de segurança, que culminou a quarta noite de protestos contra a apelidada "lei da escravatura".
A informação foi avançada esta segunda-feira, pela Euronews.
De acordo com a Euronews, durante o dia, cerca de 15 mil pessoas tinham respondido ao apelo da oposição e sindicatos, desfilando até ao Parlamento para voltar a contestar a nova legislação do trabalho, aprovada na passada quarta-feira.
Segundo a fonte que temos vindo a citar, um manifestante diz que o protesto é uma "crítica aos últimos oito anos" de Governo e acrescenta que espera "livrar-se do executivo do primeiro-ministro, Viktor Orbán, por meios democráticos".
Todas as formações da oposição compareceram em frente ao Parlamento húngaro, prometendo uma frente unida contra o executivo.
A deputada independente, Bernardett Szél, citada pela Euronews, afirma que os que estão no poder "podem fazer tudo, enquanto o povo se deve calar e trabalhar até sangrar do nariz".
Foi a primeira vez que a totalidade da oposição desfilou unida desde a chegada de Orbán ao poder em 2010.
Tamás Székely, presidente do Sindicato de Trabalhadores da Indústria Química, disse que irão "fazer greve juntamente com professores, comerciantes e todos os que forem forçados a trabalhar mais ou substituir outros sem ser pagos".
Segundo a Euronews, o aspecto mais criticado da nova lei do trabalho é a disposição que aumenta para 400 horas por ano – o equivalente a dois meses inteiros de trabalho – o número de horas extra que um empregador pode exigir a um assalariado, tendo depois até três anos para as pagar.
Os manifestantes apelaram também à independência e objetividade dos meios de comunicação públicos face aos protestos.