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Oficiais da Renamo reintegrados entre graduados no ISEDEF

As Forças Armadas de Defesa de Moçambique contam com novos oficiais superiores formados pelo ISEDEF, dentre eles está um número não especificado de oficiais da Renamo.

O Instituto Superior de Estudos de Defesa Tenete-General Armando Emílio Guebuza graduou nesta segunda-feira,  mais de uma centena de oficiais superiores das Forças Armadas de Defesa de Moçambique nos cursos de Comando do Estado-Maior Conjunto e de Promoção de Oficiais Superiores, para além de mestrados nos diversos cursos de extensão ministrados para civis naquela instituições de ensino. Entre os graduados estão alguns oficiais provenientes das fileiras dos Homens Armados da Renamo reintegrados das FADM ao abrigo do Memorando de Entendimento sobre Desarmamento, Desmilitarização e Reintegração assinado entre o Governo e a Renamo.

No momento em que tirou a foto de família com os graduados o Presidente da República, Filipe Nyusi, que dirigiu a cerimónia de graduação, questionou aos jornalistas se entre aquele grupo de militares conseguiam identificar quem era proveniente da Renamo e quem já era oficial das FADM, tendo todos respondidos negativamente e Nyusi aproveitou a resposta para reiterar que é o que se pretende alcançar, reintegrar os Homens Armados da Renamo nas Forças de Defesa e Segurança como moçambicanos que são e tornar a força militar homogénea e sem cores partidárias entre os seus oficiais. O mesmo deverá acontecer em relação aos que deverão ser desmilitarizados que devem ser aceites nas comunidades e refazerem as suas vidas em harmonia.

Sobre o processo que continua a decorrer com assistência de peritos internacionais o Chefe de Estado voltou a apelar à liderança da Renamo para manter o espírito dos entendimentos alcançados com o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama para que o processo possa ser concluindo a breve trecho e muito bem implementado tal como desejam os guerrilheiros da Renamo e a população moçambicana no seu todo que ser ver o país pacificado e livre do espectro da guerra que sempre caracterizou os últimos anos.

Por outro lado o Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança lançou um desafio ao Instituto Superior de Estudos de Defesa a efectuar “o estudo de caso sobre o modus operandis dos malfeitores em Moçambique, as motivações, a atitude a ser aconselhada a nossa população, como gerir o ambiente e como combater. Refiro-me ao teatro norte. Assim desafiamos o comando do ISEDEF e a todo o corpo docente a serem proactivos na busca de soluções inovadores para o país e para os moçambicanos” disse Nyusi.

Os graduados por seu lado colocaram-se à disposição do país para ajudar a resolver as preocupações que sejam da sua competência resolver “os graduados têm no presente momento o sentido de missão cumprida e permitam-nos que anunciem de viva voz a sua inteira disponibilidade de continuarem a servir a sua pátria amada. Comandante-Chefe, para o que seja, para onde seja, ordene!” disse Isís Chiconela que falou em nome de todos os oficiais graduados.

O curso de Promoção de Oficiais Superiores que ontem terminou contou com a participação pela primeira vez de militares que foram formados na Academia Militar Marechal Samora Moisés Machel em Nampula, para além de militares provenientes de outros países amigos de Moçambique, com destaque para Tanzânia que tem um grupo de militares para a formação em Língua Portuguesa. O Comandante do ISEDEF disse no seu discurso que para além da formação os estudantes têm igualmente se dedicado à produção alimentar para o sustento deles mesmos uma vez que estudam num regime de aquartelamento e porque têm registado excedentes fornecem igualmente aos Hospitais Militares parte da sua produção.

O Ministro da Defesa Nacional, Atanásio M’tumuke, por seu lado explicou que os cursos ministrados naquela instituição de ensino superior militar, assim como na Academia Militar e outras como a Escola de Sargento e nos Centros de Instrução Básico Militar visam gradualmente restruturar, reorientar e refrescar as Forças Armadas de Defesa de Moçambique de modo a que possam desempenhar cabalmente e com eficácia as suas atribuições constitucionais e regimentais.

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