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O regresso do “senhor dos anéis”

Nasir “Nelito” Salé foi apresentado, esta terça-feira, como treinador da equipa sénior feminina de basquetebol do Ferroviário de Maputo. Nelito regressa, desta forma, aos femininos depois de nos últimos quatro anos ter estado no comando dos “masculinos” do Ferroviário da Beira.

33 anos depois (ndr: orientou, em 1987, a equipa de iniciados femininos durante seis meses) o “senhor dos anéis” regressa ao Ferroviário de Maputo.

Cinco anos depois de ter treinado pela última vez uma equipa feminina (Interclube de Luanda, em 2015), Nasir “Nelito” Salé volta à carga na categoria que lhe conduziu ao olimpo de África com três títulos conquistados na Taça dos Clubes Campeões Africanos: 2007, 2008 e 2012.

Pelo meio, um vice-campeonato africano de clubes (2010, ano em que o Desportivo Maputo perdeu na final com o Interclube, por 67-63) e um terceiro lugar (2009, em Cotonou, Benin, quando o Desportivo venceu o Interclube por 57-50 na atribuição do terceiro lugar).

Nelito, bastante seduzido pelo CSA Basket da Costa do Marfim, país onde ficou retido cerca de quatro meses devido à Covid-19, decidiu abraçar o ambicioso projecto do Ferroviário de Maputo, bicampeão africano e hexacampeão nacional.

Nelito será coadjuvado, nas suas funções, por Carlos Dezanove e
Este é o regresso aos masculinos, após ter treinado nas últimas quatro temporadas a equipa sénior masculina do Ferroviário da Beira.
No primeiro ano, em 2016, fracassou, pois, perdeu o jogo 5 da final da Liga Moçambicana de Basquetebol com o Ferroviário de Maputo, por 69-56.

Em 2017, tudo correu de feição! Não havia outro caminho, numa final disputada no reabilitadíssimo pavilhão do Ferroviário da Beira.

Numa decisão “à negra”, o Ferroviário da Beira venceu o seu homónimo de Maputo (69-58) no quinto jogo da final da Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal.

Em 2018, caiu de forma estrondosa diante do Ferroviário de Maputo com quem perdeu por 3-0 no “play-off” da final da Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal.

Ano seguinte, ou seja, em 2019, hecatombe na capital!  O Ferroviário da Beira nem sequer chegou a final, caindo aos pés do Costa do Sol no “play-off” das “meias-finais” da “Liga”.

Em Dezembro de 2020, viu o seu contrato com o Ferroviário da Beira expirar. A má prestação da equipa, que era tida como séria candidata à conquista do título, esteve por detrás da não renovação do contrato.

PERCURSO BRILHANTE NAS SELECÇÕES

Nelito tem o mérito de ter conduzido a selecção nacional ao Mundial de Basquetebol, na Turquia, em 2014. Tal se deveu ao segundo lugar alcançado no “Afrobasket” de 2013, em Maputo, competição na qual Moçambique ficou em segundo lugar após perder na final com Angola, por 64-61.

Em 2003, mas na qualidade de ajunto do americano Nelson Guiliam Isley, Nasir “Nelito” Salé conduzira Moçambique ao segundo no “Afrobasket” também disputado em Maputo. A Nigéria, superiormente comandada por Mfon Udoka, frustrou o sonho de Moçambique de conquistar a prova e qualificar-se para o torneio feminino de basquetebol dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004.  Em 2005, o metódico “coach” foi também adjunto de Nelson Guiliam Isley na selecção nacional que viria a ocupar o terceiro lugar no “Afrobasket” feminino da Nigéria. Nessa competição, a selecção nacional venceu a RD Congo (59-51) no jogo de atribuição do terceiro lugar, com a polivalente Rute Elias Muianga a estar em destaque ao contabilizar 19 pontos e três ressaltos.

Em 2017, após regressar à selecção nacional, Nasir Salé levou as “Samurais” ao quarto lugar no “Afrobasket” de Bamako, Mali. Mas há a destacar a medalha de ouro conquistada pela selecção nacional nos Jogos da Lusofonia, em 2014, na Índia. Sob o comando de Nasir “Nelito” Salé, a selecção nacional derrotou na final Angola (73-49).

Em 2006, com a selecção sub-20, Nelito conquistou a medalha de prata no Campeonato Africano da categoria que teve lugar em Maputo.

Faziam parte desse conjunto jogadoras como Janete Monteiro, Anabela Cossa, Vaneza Júnior, Nádia Zucule, Cláudia Chembene, Odélia “Mafa” Mafanela, Deolinda Gimo, entre outras. Estas foram as melhores prestações da selecção nacional sob o comando técnico de Salé e seus pares.

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