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“O dinheiro das dívidas ocultas deve ter beneficiado muitos empresários”

Já no interrogatório conduzido pela Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), Ângela Buque Leão reforçou que a acusação que o Ministério Público apresentou não tem nada a ver com a sua actividade de empresária. Sugeriu que existem outras motivações. Pois, de outro modo, ela não estaria sentada no banco dos réus, na Cadeia de Máxima Segurança da Machava.
Segundo entende Ângela Leão, há pessoas que devem ser chamadas a esclarecer o caso das dívidas ocultas. Entre essas pessoas, a ré referiu-se ao marido Gregório Leão, que é implicado pela acusação na qualidade de director-geral do SISE, o antigo ministro da Defesa, Filipe Nyusi, e do Interior, de cujo nome a ré já não se lembra.
Além disso, Ângela Leão explicou que, nas relações empresariais, não é comum os empresários se perguntarem sobre a origem do dinheiro.

Não obstante ter argumentado sobre a relação de trabalho e confiança com o réu Fabião Mabunda, a ré chegou a dizer que o valor das dívidas ocultas teve impacto na vida económica moçambicana e que o mesmo dinheiro passou pela mão de muitos empresários sem que eventualmente soubessem.
Ângela Leão afirmou ainda ao tribunal que o negócio de construção não fazia como empresa, mas a título individual e que se preparava para resolver essa situação.
Devido à hora e aos pingos de chuva que começaram a gotejar na tenda montada na Cadeia de Máxima Segurança da Machava, na província de Maputo, o Juiz Efigénio Baptista decidiu consignar em acta as respostas da ré Ângela Buque Leão às perguntas do Ministério Público, que deverá continuar com as questões ainda esta sexta-feira.

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