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Nyusi garante que mais de 20 mil moçambicanos vão aderir à campanha “ElesPorElas” até 2020

As desigualdades de género são das violações mais persistentes dos direitos humanos. Apesar das várias acções para a promoção da igualdade de género, as desigualdades entre mulheres e homens continuam a manifestar-se de modo flagrante em todo o mundo.

Com vista a contrariar este cenário, o antigo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e a directora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo, lançaram, em 2014, na sede das Nações Unidas, a campanha “ElesPorElas”, onde se comprometeram a promover e trabalhar em prol da igualdade de género.

“ElesPorElas” é um movimento que envolve homens e rapazes como defensores e partes interessadas em quebrar o silêncio, levantar as suas vozes e agir rumo ao alcance da igualdade de género.

Em Moçambique, a campanha foi oficialmente lançada, em 2017, pela ONU Mulheres, em parceria com o Governo, através do Ministério do Género, Criança e Acção Social. Desde o seu lançamento, mais de três mil moçambicanos já aderiram à iniciativa.

Sob liderança do Presidente da República, a cidade de Maputo acolheu, hoje, a cerimónia de adopção da campanha “ElesPorElas” pela Assembleia da República. Na ocasião, Filipe Nyusi assumiu o compromisso, perante membros do governo, do Fórum parlamentar da SADC, embaixadores, chefes de agências de cooperação, entre outros, de garantir que o país vai registar mais de vinte mil moçambicanos até 2020.

“A meta estabelecida para Moçambique é de, até 2020, registarmos na plataforma online criada para o efeito 20 mil assinaturas de pessoas que apoiam a iniciativa. Pela história do nosso país, pela forma como temos vindo a conduzir as políticas de igualdade de género, sairemos de intenções para prática e, pelo cometimento dos diversos actores estatais e da sociedade civil, temos a certeza de que esta meta será largamente superada”, disse o Presidente da República, para quem não se justificam algumas práticas que caracterizam o nosso dia-a-dia, onde raparigas são feitas mulheres, obrigadas a casar cedo e ter filhos. O estadista moçambicano disse que é preciso deixar que as raparigas escolham quando e com quem querem casar.

Por seu turno, a presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, afirmou que o país tem dado passos significativos na causa da equidade do género. “Sob liderança de Vossa Excelência senhor presidente da República, o nosso país tem registado avanços significativos na promoção da equidade de género e no empoderamento da mulher, o que tem permitido que ela participe com renovado vigor e com o seu potencial no desenvolvimento político, económico e sociocultural do país”, disse a presidente da Assembleia da República.

Já o coordenador residente das Nações Unidas em Moçambique, Marcoluigi Corsi, reconheceu que as mulheres no país gozam de um nível de participação política relativamente elevado, mas persistem casos de violência contra mulheres e raparigas. “Moçambique é um país onde as mulheres gozam de um nível de participação política relativamente elevado. Contudo, a violência contra mulheres e raparigas continua a acontecer, afectando milhões de vidas, famílias e obstruindo o desenvolvimento da nação. Este é um factor preocupante que levou a União Europeia e as Nações Unidas a lançarem a iniciativa ‘Spotlight’ em Moçambique, um projecto de 500 milhões de euros, para eliminar todas as formas de violência contra as mulheres e raparigas”, referiu Marcoluigi Corsi.

Durante o evento, Filipe Nyusi procedeu à assinatura do documento de adesão à campanha “ElesPorElas”. Seguiram-se a presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro e outras individualidades presentes.

As Nações Unidas têm como objectivo mobilizar um bilião de homens e rapazes para acelerar o passo rumo à igualdade de género.

 

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