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Noventa e nove em cada 100 pessoas dependem de alguém para sobreviver no país

Moçambique tem o crescimento da população muito alto e a maioria são jovens, sem emprego e oportunidades de trabalho.

O facto coloca desafios ao Governo, pois, segundo o censo populacional realizado em 2017, 99% da população moçambicana é dependente, ou seja, em cada 100 pessoas, 99 estão à espera de outras para lhes suportar em todas as suas despesas.

Segundo o Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, o rápido crescimento da população, constituído maioritariamente por jovens activos, pode constituir barreira ou catalisador para o desenvolvimento do país.

Do Rosário disse que um dos grandes desafios que o país enfrenta é a busca de soluções e criação de mecanismos que possam responder aos constrangimentos económicos e sociais, que advêm do rápido crescimento da população.

Por isso, urge “apostar no investimento da saúde, educação, criação de emprego e implementação de políticas macro-económicas que possam gerar oportunidades para jovens”.

O Primeiro-ministro acrescenta que, apesar dos desafios, a estrutura etária do país pode gerar efeitos positivos no crescimento económico e um bem-estar na população.

O desemprego, a falta de oportunidades para jovens, as desigualdades sociais e geográficas, a pobreza, os desastres naturais e, agora, a violência armada constituem barreiras para o alcance do dividendo demográfico.

“Um dos desafios que temos é a busca de soluções que procuram responder aos desafios”, disse o governante, para depois acrescentar que “ao apostarmos no programa para o dividendo demográfico, faremos com que a juventude possa, no futuro, ajudar no desenvolvimento socioeconómico do país“.

Do Rosário não deixou de referir que, apesar dos desafios, o país tem registado progressos na implementação de políticas públicas para a melhoria das condições de vida da população. Citando o senso de 2017, a fonte fez saber que, no sector da saúde, reduziu o índice de mortalidade infantil, que passou de 94 em 2007 para 67 por cento em 2017.

“Na educação, baixou a taxa de analfabetismo de 50 em 2007 para 39 por cento. No abastecimento de água, subimos de 35 para 49 por cento. No que diz respeito à energia, saímos de 10 para 22 por cento”, sublinhou.

O Primeiro-ministro destacou, ainda, que um dos grandes avanços foi a subida de 49 para 54 anos a esperança de vida dos moçambicanos.

Igualmente, o representante adjunto do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Eduardo Celades, entende que o crescimento populacional em Moçambique cria pressão ao país e uma das formas de controlar a situação é o planeamento familiar, uma vez que metade das mulheres com 18 anos já tem filhos.

“Como FNUAP, estamos a apoiar o Governo na área da saúde reprodutiva das mulheres para lhes dar o poder de escolha sobre o número de filhos e o momento certo para terem. O nosso apoio é com a doação de métodos contraceptivos”, avançou.

Celades concluiu que o fundo financia, anualmente, o país com mais de 30 milhões de dólares.

Moçambique é dos países com a população mais jovem do mundo, sendo que cerca de 80% tem menos de 35 anos.

A informação foi tornada pública na reunião nacional de política da população, cujo objectivo é promover reflexão para aprofundar as implicações, que podem advir do crescimento da população no desenvolvimento económico e social do país.

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