Continua a tensão político-social na Nigéria. Este sábado, o inspector-geral da polícia decidiu convocar todas as forças policiais do país para combater o alegado crime mascarado em protestos anti-policiais.
Segundo as autoridades policiais, há muitos criminosos infilitrados no movimento de protestos que têm causado violência, saqueado lojas e vandalizado bens públicos.
A polícia promete ser implacável, uma decisão que poderá agravar ainda mais as críticas contra as forças de segurança.
Há mais de duas semanas que milhares de Nigerianos têm saido à rua para protestar a brutalidade polícial que inclui torturas, mortes extrajudiciais, violação sexual e extorsões. Os protestos têm sido repreendidos com actos de violência que já causaram 69 mortos, incluindo 51 civís, 11 agentes da polícia e sete soldados.
O presidente nigeriano Muhammadu Buhari, durante o discurso à nação, avisou aos protestantes que não menosprezassem a força policial. Entretanto, os manifestantes, que têm desafiado o recolher obrigatório, prometeram continuar a sair à rua até haver mudanças concretas na polícia.
Na terça-feira passada, os protestos foram interrompidos violentamente por grupos armados, uma situação que causou pelo menos 12 mortos.
O governo nigeriano comprometeu-se a investigar a alegada violência denunciada pela Amnistia Internacional.
Ademais, as autoridades prometem banir a SARS, Esquadrão Especial Anti-Roubo, entidade que tem sido alvo de críticas populares, assim como introduzir exames psicológicos mais rigorosos para as pessoas que quiserem entrar nas forças policiais.
A ONU, União Europeia e União Africana condenam a violência policial e apelam a responsabilização.