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Nicolas Sarkozy julgado por gastos excessivos de campanha

Duas semanas depois de ser condenado à prisão por corrupção, o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy é agora julgado sob a acusação de “financiamento ilegal de campanha”.

O julgamento de Sarkozy no “Caso Bygmalion”, sobre gastos excessivos da campanha presidencial de 2012, começou hoje no Tribunal Criminal de Paris, embora na ausência do réu, escreve o Notícias ao Minuto que cita a Lusa.

A agência noticiosa France-Presse (AFP) refere que, há uma forte possibilidade de o julgamento ser adiado, uma vez que o advogado de Jérôme Lavrilleux, um dos 13 corréus, está hospitalizado, tendo sido feito um pedido de adiamento do julgamento.

Jérôme Lavrilleux, ex-diretor adjunto da campanha de Sarkozy, foi o primeiro a confessar ter participado num vasto golpe com base em faturas falsas, despesas desvalorizadas e despesas voluntariamente omitidas das contas submetidas ao controlo final. Sem advogado, chegou ao tribunal sem ninguém o cumprimentar, notou a AFP.

Os advogados dos 14 réus, antigos executivos da Bygmalion e membros da União para um Movimento Popular (UMP, atual Os Republicanos, conservador),  juntaram-se ao pedido de adiamento face à ausência de um deles, tudo indicando que o Ministério Público, refere a AFP, não se deverá opor.

Nesse caso, o julgamento deverá ser adiado para Maio.

Segundo a Lusa, no novo julgamento, Sarkozy enfrenta uma pena de até um ano de prisão e uma multa de 3.750 euros por “financiamento ilegal da campanha eleitoral”.

O ex-Presidente francês já afirmou, entretanto, que só comparecerá às audiências quando ele próprio for visado.

Ao contrário dos coarguidos, acusados nomeadamente de fraude ou cumplicidade, Sarkozy não é responsabilizado pelo sistema de faturas falsas, imaginado para ocultar os gastos excessivos da campanha.

Mas, segundo a acusação, Sarkozy deixou escapar despesas apesar de vários alertas claros sobre os riscos de ultrapassar o limite e beneficiou, “sem dúvida”, com a fraude, que lhe permitiu ter “meios [financeiros] muito maiores” do que os autorizados pela lei, utilizou pelo menos 42,8 milhões de euros, quase o dobro do teto legal à época (22,5 milhões de euros).

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