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Nely Nyaka “redesenha” realidades vividas nos bairros periféricos da antiga Lourenço Marques

A dois dias das celebrações dos 131 anos, a cidade de Maputo recebeu ontem um presente de aniversário: o livro que revive o dia-a-dia da periferia da antiga Lourenço Marques. A história é contada pela vovó Nely Nyaka.

Alguém se lembra da antiga Lourenço Marques? Ou como era a vida nos seus subúrbios? Para os mais novos, viajar nas histórias de vida da periferia da Grande Cidade poderá ser revelador. Para os mais velhos, ler Mahanyela será uma viagem ao passado.

Mahanyela é a obra através da qual a Nely Nhaka revive o dia-a-dia dos bairros periféricos da antiga Lourenço Marques, a partir dos anos vinte do século passado.

Apesar do brilho da obra, a filha que traduziu de ronga para português os cenários desenhados pela mãe, revelou que não foi fácil radiografar a antiga Lourenço Marques. Afinal, vovô Nely, como é carinhosamente tratada, já tem uma idade avançada e há memórias que lhe escapam.           

Sempre bem-humorada, a autora não quis alongar-se, até porque o livro certamente falará por si. Vovô Nely limitou-se a agradecer.

Quem também agradece é a literatura moçambicana que ganha uma obra que se distingue pelo posicionamento da autora como mulher, mãe, esposa e dona de casa.

Mas “a vida na periferia da grande cidade” traz mais do que uma perspectiva feminista, ela rebusca valores perdidos.

Com 98 anos de idade, Vovô Nely entra no mundo das letras com a “Mahanyela: a vida na periferia da grande cidade”.

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