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“Nelson Santos é um treinador ambicioso e conhece futebol”

O presidente do Ferroviário de Maputo, Sancho Quipisso diz que a contratação de Nelson Santos tem em vista a conquista do título na temporada 2018. Quipisso diz ainda que a direcção vai criar todas as condições para o técnico devolver a glória ao clube

Quarenta e três pontos resultantes de doze vitórias, sete empates e onze derrotas colocaram o Ferroviário de Maputo na oitava posição do Moçambola ZAP 2017, prestação muito aquém das expectativas para este histórico do futebol moçambicano.

Os “locomotivas” da capital falharam, igualmente, a conquista da Taça de Moçambique, prova na qual foram afastados nas meias-finais pelo Costa do Sol com um agregado de 8-7 (transformação de grandes penalidades, após o nulo registado nos dois jogos) no conjunto das duas mãos.

Para a temporada 2018, a direcção do clube pretende conquistar o título que lhe escapa desde 2015, sendo que para o efeito aposta no técnico português Nelson Santos. Santos não só levou o Costa do Sol a conquista da Taça de Moçambique, mas também ao segundo lugar no Moçambola ZAP 2017.
Em entrevista ao “O Pais”, Quipisso garantiu ainda que o centro de estágio projectado no Estádio da Machava será concluído dentro dos próximos dias.

O que ditou a contratação de Nelson Santos como treinador da equipa principal de futebol do Ferroviário de Maputo?
Primeiro, não tínhamos treinador, devíamos contratar um treinador. Depois, vimos que Nelson Santos é um apaixonado pelo futebol, é ambicioso e conhece futebol. Tínhamos outros nomes que estavam na lista de potenciais treinadores e que poderiam ficar no Ferroviário, mas a escolha caiu sobre Nelson Santos, depois de várias verificações que fomos fazendo.

O Ferroviário de Maputo é um clube grande e histórico, daí a enorme pressão para a conquista de títulos. Estão criadas todas as condições para que Nelson Santos desenvolva o seu trabalho sem sobressaltos e alcance os objectivos para os quais foi contratado?
Temos que criar todas condições. Não faria muito sentido trazer o Nelson Santos para depois deixa-lo a sua sorte. Temos que fazer um investimento daquilo que são as necessidades não só de atletas, mas de tudo que anda a volta, para que ele ganhe o campeonato. Nós, direcção, a massa associativa e os amantes deste clube temos de abraçar este projecto, porque não basta dizer que contratamos treinador, jogadores, demos botas e depois ficarmos sentados a assistir para cobrarmos resultados no fim. Já contratamos 99% de atletas que ele pediu e, agora, estamos a criar outras condições.

Carlos Manuel, homem da casa, foi quem assumiu o barco depois da saída de Lucas Barrarijo por alegados maus resultados. Confirma que Carlos Manuel será cedido ao Incomáti?
Sim, o Incomáti, no ano passado, pediu-nos o Danito Nhampossa e nós cedemos, porque não temos problemas com isso. Este ano foi o Carlos Manuel, também vamos ceder.

Centro de estágios em fase de conclusão

O Estádio da Machava completa, próximo ano, cinquenta anos de existência. Em termos de intervenções, o que será feito neste recinto mítico?
Primeiro, é fazer a manutenção, porque é uma infra-estrutura muito pesada e tem custos de manutenção altos. Em Março ou Abril de 2018, vamos começar a fazer o uso do centro de estágio. As obras terminaram no princípio deste ano. O que estamos a fazer agora é equipar o centro. O Estádio da Machava foi inaugurado em 1968, próximo ano faz 50 anos, então estamos também a desenhar aquilo que serão os melhoramentos para a festa.

O centro de estágio é um projecto ambicioso. Que aproveitamento será feito do mesmo?
Hoje, os nossos atletas ficam mais de duas horas por dia no clube e depois ficam outras 22 sem se saber o que fazer. Uma das coisas que queremos é que o atleta seja um trabalhador normal. Portanto, terá que chegar às 7h00, treinar, almoçar, descansar e só sair no final do dia. Com as concentrações que fazemos antes dos jogos, gastamos muito. Com este centro, então, vamos poupar algum dinheiro fazendo isto nas nossas próprias instalações. Queremos transformar os nossos atletas em profissionais, ou seja, pensarem que o foco deles é o futebol.

Que aproveitamento será feito dos espaços à volta do Estádio da Machava?

Temos um plano de ocupação daqueles espaços, sei que isso saiu das mãos do clube, porque os espaços pertencem a empresa CFM. Mas há uma entidade que já está numa fase muito avançada de negociação para ocupação para fazer um centro comercial. Tenho a impressão que isso vai ser um chamaris para outros projectos.

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