O País – A verdade como notícia

Napipine, Maxaquene e Município da Beira na LMB

Foto: FMB

Fez-se o pleno, em pleno fim-de-semana em que o basquetebol atravessou fronteiras para se situar na dimensão nacional e deixar marcas em três pavilhões por melhorar o seu piso em Inhambane, Tete e Nampula. Valeu a ousadia.

Com três vagas de acesso à Liga Moçambicana de Basquetebol em disputa, e 12 equipas na corrida, Maxaquene (zona sul), Município da Beira (centro) e União Juvenil de Napipine (norte) cumpriram os propósitos.

Em Inhambane, era pouco crível que a disputa por um lugar na LMB de basquetebol não fosse reduzida aos vizinhos e protagonistas de inolvidáveis noites de basquetebol: Maxaquene e Desportivo Maputo.

E os históricos cruzaram-se na ronda inaugural, com o Maxaquene do “rasta” Hermínio Chilengue a bater o Desportivo de Horácio Joaquim Martins, por 54-39.

Vingança, é verdade, da derrota sofrida pelo embalado (está a fazer boa campanha no Campeonato da Cidade) Maxaquene diante dos “alvi-negros” na fase regular do CC por 42-39.

Depois, foi só deixar o rolo compressor activo e superiorizar-se aos anfitriões Eagles da Maxixe (78-51) e Dolphins de Vilankulo (93-36). Saldo: três vitórias em igual número de jogos, seis pontos e encontro marcado para a “Elite 8” cá da aldeia.

 

EM TETE, SÓ DEU SOFALA

Pois é, o Município da Beira agigantou-se nos duelos com o Instituto Superior Politécnico de Tete (56-35), Sporting de Quelimane (68-66) e Conselho Municipal de Chimoio (65-46), fechando a prova em primeiro com seis pontos. E garante, desta forma, a participação na LMB pela primeira vez na sua história.

No outro extremo do país, ou seja, Nampula, às honras vão para a estreante União Juvenil de Napipine que, a imitar a tendência das zonas sul e centro, somou  três vitórias em igual número de jogos.

Começou por derrotar o Team Niassa (79-39) e, na segunda ronda, bateu o Nudex de Pemba (55-33). Veio a terceira jornada, veio o decisivo embate com Ferroviário de Nampula, conjunto que disputou a LMB em 2019 sob o comando de Jorge Tomé.

Esteve melhor a União Juvenil de Napipine, num duelo equilibrado, ao vencer por dois pontos – 39-37.

Fica, desde modo, completo o quadro das oito equipas que irão disputar a Liga Moçambicana de Basquetebol – Ferroviário de Maputo, Costa do Sol, Ferroviário da Beira, A Politécnica, Universidade Pedagógica, Maxaquene, União Juvenil de Napipine e  Município da Beira.

 

UNIÃO JUVENIL DE NAPIPINE: DE COMO SE CONSTRÓI O SONHO!

Com reforços do experiente Samora Mucavel (campeão pelo Maxaquene, Desportivo e Ferroviário de Maputo e passagens pela selecção, onde se destaca o segundo lugar alcançado nos Jogos Africanos Maputo 2011) e Mirlon Parruque (campeão da cidade pela A Politécnica e vencedor da Taça Maputo), a União Juvenil de Napipine fez jus ao estatuto de forte candidata a vencer a fase regional norte de apuramento à Liga Moçambicana de Basquetebol.

Alcançando, com o todo mérito, o primeiro lugar com seis pontos numa luta com o Ferroviário de Nampula, adversário que há dois anos frustrou a

sua presença na Liga Moçambicana de Basquetebol disputada na capital do país. O segundo lugar registado na última “poule” não desanimou o grupo. Pelo contrário, criou mais coesão para atacar a presença inédita na prova-mor do basquetebol indígena.

Ao cabo da disputa no pavilhão do Ferroviário de Nampula, e com a missão cumprida, faz-se o balanço, mas também se projecta o próximo passo: “O trabalho abnegado e a entrega do grupo de trabalho foram os determinantes  para a nossa qualificação”, notou Albino Dimene, responsável pela UJN.

Uma das pechas da União Juvenil de Napipine na prova, a fraca pontuação acaba por ser “consequência da falta de provas e fraca preparação devido à COVID 19”.

São aspectos por melhor. Até porque, em Maputo, na fase final da Liga Moçambicana de Basquetebol, o nível de exigência será outro. Adversários com outro andamento e melhor estruturados em termos de conjunto e abordagem.

E sem ilusões, a perspectiva passa por se manter na LMB. “Nós vamos lutar para assegurar a manutenção na Liga Moçambicana de Basquetebol e abrir portas para que Niassa e Cabo Delgado possam estar na Liga”.

Mas, antes há que arrepiar caminho, organizar-se para fazer face aos desafios de agora colocados à formação da UJN.

“Superamos a falta de competitividade com treinos bidiários e maior intensidade para recuperação física dos atletas. Agora, temos desafios. Temos que estar melhor preparados.”

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos