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“Não haverá desenvolvimento se não tivermos boa educação”

O Professor Doutor, Francisco Noa, falou da importância da educação para o desenvolvimento do cidadão e do país. Noa disse ser fundamental clarificar-se a relação entre a educação e o desenvolvimento. “Temos que fazer essa conexão e assumirmos que não há de haver desenvolvimento se não tivermos uma boa educação”.

O reitor da Unilúrio falou de exemplos bem-sucedidos da aposta na educação, tendo falado no Japão, onde as crianças devem aprender, ainda nos primeiros anos de escolaridade, a falar quatro línguas, aritmética, cidadania, computação, para além de terem de ler um livro por semana. “Ao fim de 12 anos de formação, esta criança tem competências”, disse

Noa acrescentou ser fundamental traçar-se planos claros e a longo prazo, para que no final, os resultados sejam plausíveis e referiu que a questão da educação não deve ser exclusivamente do Governo, mas um compromisso assumido por toda a sociedade.

Disse igualmente, ser preciso repensar-se no conceito do que é ser educado, pois no tempo actual, não basta apenas saber ler e escrever; e apontou alguns aspectos que devem ser em conta neste ‘novo’ conceito de aprendizagem.

“Precisamos de uma receita que tenha em conta as transformações aceleradas do mundo actual”; e apontou também ser fundamental a obtenção de competências estruturais no ensino básico.

“Com cinco anos de escolaridade, os nossos meninos saibam ler, escrever, fazer cálculos, formular raciocínios, saber comunicar e saber estar”.

Mais além, apontou o aprendizado para toda a vida, falando concretamente do domínio das tecnologias. “Temos que preparar as nossas crianças para terem estas competências no fim da 5ª classe. Quando tivermos um ensino básico a funcionar, podemos começar a falar a sério do ensino superior”.

Por outro lado, falou da questão da profissionalização, para o reitor da Unilúrio, é preciso que os critérios estejam rigorosos. “Devemos ter processos de selecção e valorizar a classe dos professores, não apenas financeiramente”, e destacou o exemplo da Finlândia, onde para ser professor do nível primário é necessário, no mínimo, fazer mestrado. Aliás, para Noa, a educação tem de ser uma plataforma que prepare lideranças transformativas e deve ter equilíbrios entre a tradição e a modernidade, entre o local e o global.  

Outro ponto não menos importante, apontado por Noa, é a questão do género, é fundamental incluir as mulheres nos processos de desenvolvimento, pois dela também depende o seu sucesso.

A terminar os critérios que apontou serem importantes para uma boa educação, falou do ambiente. “Nunca de deve dissociar o desenvolvimento da defesa ambiental. As nossas crianças devem saber que o mundo está em perigo”.
Francisco Noa falava, esta quinta-feira, durante a segunda palestra alusiva aos 13 anos do jornal O País

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