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“Não fui convidado ao Conselho de Ministros na Beira”

Os impactos do ciclone Idai forçaram o Governo a realizar, na última terça-feira (19.03.), o Conselho de Ministros na cidade da Beira. O edil da segunda maior cidade do país não se fez presente, o que chamou atenção do Presidente da República.

Esta quinta-feira Daviz Simango reagiu a este pronunciamento afirmando que não foi convidado.
“Não fui convidado a participar nessa reunião. Como pode imaginar, não sou membro do Governo e nem do Conselho de Ministros. Em condições normais se quisessem que eu participasse, poder também colaborar e informar ao Conselho de Ministros sobre a situação no terreno, deviam ter feito um convite formal para eu lá estar e isso não foi feito”, disse Daviz Simango, Edil da Beira.

Simango fez estas declarações momentos depois de desembarcar no aeroporto internacional de Maputo onde veio para reunir-se com embaixadores e parceiros para pedir  apoio para minimizar o impacto provocado pelo ciclone Idai na região centro do país.
“Vim para Maputo hoje exactamente para falar com vários parceiros, para lhes colocar a situação de Beira pós ciclone para construirmos a nossa cidade, que esforços devem ser feitos para a reconstrução da cidade”, acrescentou o Edil da Beira.

Ainda esta quinta-feira, Simango revelou ao jornal O País que reuniu-se com o Governo para desenharem estratégias conjuntas de apoio às vítimas do ciclone.
“A partir do encontro que houve hoje com o primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário, devo dizer que estaremos a dar um passo muito importante para a conjugação de esforços porque as coisas andavam muito dispersas. Assim está aberta uma janela e o nosso foco é a população porque é a ela que nós servimos e é para esta mesma população que trabalhamos“ Referiu Simango.

Questionado se o seu município tem estrutura para recuperar a cidade sozinho, a fonte respondeu que nenhum território ou país que passa por uma situação destas recupera sozinho, por isso não se pode falar do município que se vai recuperar sozinho. Pois estaria se a esconder a verdade dizer que o município por si só vai sobreviver, é preciso compreender que existem os pactos e acordos internacionais de que todos os apoios vão desaguar no INGC ou no Governo central. Cabe a essas instituições partilhar parte desses apoios com esta população da Beira que precisa. Disse Simango

Daviz Simango classifica a cidade da Beira como um território que está na pior situação e diz que o ciclone veio com ventos extremamente fortes que destruíram tudo. Houve infraestruturas públicas, privadas, escolas, hospitais e casas destruídas. O sector económico ficou bastante afectado, os armazéns, lojas e barracas ficaram destruídos. A cidade ficou sem comunicação e está com carências muito fortes  de água e agora as populações estão a enfrentar a especulação de preços por parte de alguns vendedores.

A Beira está às escuras, virou uma cidade fantasma durante a noite, é extremamente penoso. Faltam alimentos para a população e tudo está a ser feito para abrir as estradas porque as árvores caíram bloqueando quase todas as estradas da cidade da Beira, os postes de energia caíram, portanto, é um desafio enorme que temos para recuperar e voltar a normalidade.

Simango diz que uma das soluções imediatas passa por garantir alimentos e coberturas das casas.

 

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