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Mudanças climáticas: investir em águas subterrâneas pode ser solução

Foto: O País

A WaterAid propõe investimento em águas subterrâneas para minimizar os impactos das mudanças climáticas no país. O posicionamento foi defendido, hoje, num encontro de reflexão sobre Moçambique após COP26, realizado no ano passado, em Glasgow, Reino Unido.

Moçambique é um dos países menos poluidores a nível do mundo, mas está na lista dos que mais sofrem as consequências das mudanças climáticas.

No encontro de reflexão sobre os resultados da Conferência do Clima das Nações Unidas, COP26, a WaterAid propôs um caminho para minimizar os impactos das mudanças climáticas no país.

“Colocar o assunto da água no centro das estratégias para adaptação às mudanças climáticas. O que também é fundamental para esta questão é o investimento em águas subterrâneas. Acho que esta é uma abordagem que pode trazer um impacto positivo para o povo moçambicano”, sugeriu Adam Garley, director nacional da WaterAid.

E a WaterAid está aberta para ajudar o Governo a lidar com as mudanças climáticas, sobretudo na vertente da gestão das águas. “Queremos integrar esse assunto no debate sobre mudanças climáticas, ajudar o Governo em termos de apoio técnico, mas também na coordenação dos vários ministérios, porque devem trabalhar juntos para abordar esse problema”, disse Adam Garley.

A Cidade de Maputo, ciclicamente assolada por inundações, já está a capitalizar as águas subterrâneas para agricultura e consumo. “Nós, como alternativa, temos estado a construir sistemas de irrigação, usando lençol freático e os produtores têm estado a acatar. O outro exemplo prático é que, no distrito da KaTembe, foi instalado um furo multifuncional que é para o abeberamento da água e, como forma de haver um aproveitamento integral, também, é usado pelos produtores para fazerem pequenas hortas além de consumo da população e uso doméstico”, apontou Lúcia Luciano, representante da Secretária de Estado na Cidade de Maputo.

Entretanto, a sociedade civil sente que o Governo devia fazer mais. “Reconhece-se que há um papel que se está a fazer, mas é preciso haver mais. Nós, muitas vezes, temos elencado uma série de soluções, mas, na prática, já não se vê. Temos que ser mais proactivos e só podemos conseguir isso de forma conjunta, Governo, sociedade civil, investidores, empresas, todos os actores e segmentos da sociedade têm que estar em conjunto para solucionar este problema”, propôs Zenércio Sitoe, da sociedade civil.

Além de discutir formas de alcançar os objectivos da COP26, o encontro vai traçar pontos que Moçambique poderá levar para COP27 no Cairo, Egipto.

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