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Muçulmanos pedem reforço da segurança pública para estancar raptos

Foto: O País

A comunidade muçulmana endureceu, hoje, na Cidade de Maputo, o seu repúdio aos raptos e pede às autoridades o reforço da segurança pública para estancar o crime.

Na semana passada, dois jovens foram raptados na Cidade de Maputo, um em plena luz do dia e outro à noite. As vítimas ainda não foram localizadas e as famílias também continuam sem qualquer contacto, quer para pedido de resgate, quer para outra finalidade. E os muçulmanos vivem um clima de medo.

“Era bom nós tomarmos providência sobre estas situações, porque não estamos a viver em paz nem em segurança. E em relação aos dois jovens recentemente raptados, ainda não houve nenhum contacto; talvez haja é a conversação com as famílias, porque isto normalmente é secreto. As questões abordadas não são transmitidas cá fora muitas vezes, por causa das represálias e ameaças que os familiares vivem”, referiu Mehmudmia Amodo (Duda), um membro da comunidade muçulmana na Cidade de Maputo.

Durante o informe anual sobre a justiça e legalidade no país, a Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchili, acusou, na Assembleia da República, a PRM, o SERNIC, os magistrados, advogados e oficiais de justiça de envolvimento nos raptos.

Para alguns muçulmanos, o Governo, sobretudo o sector que vela pela segurança, deve aperfeiçoar os métodos de actuação para combater e estancar os raptos. Khalid Cassam disse ser inaceitável viver-se constantemente com medo.

“Em relação aos raptos, é algo que o Governo deve trabalhar nisto, a Polícia deve melhorar o seu trabalho, sabemos que não é fácil com os recursos existentes, mas é fundamental que se faça algo. Nós não devemos viver constantemente num medo sem saber se chegaremos à casa ou não, a estabilidade de um país passa essencialmente pela segurança do seu povo”, defendeu.

Refira-se que o Ministério do Interior está a formar, desde Novembro do ano passado, uma unidade anti-raptos e anti-terrorismo, para se dedicar exclusivamente ao combate aos raptos e sequestros no país, bem como incursões dos insurgentes. A formação do referido grupo termina ainda este semestre.

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