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M.P. Bonde vence Prémio Literário Fernando Leite Couto

Mais uma vez, a Fundação Fernando Leite Couto foi palco de um evento literário, mas, desta vez, foi a entrega de um prémio literário. Esta foi a primeira edição do Prémio Fundação Fernando Leite Couto, de várias que virão.

Num total de 142 obras concorrentes, foi escolhida a obra “Sombras de Silêncio”, de Macvildo Pedro Bonde ou M. P. Bonde como é conhecido.
Segundo o autor, “um prémio é sempre uma surpresa, mas fazer um bom verso, um bom texto é fruto de trabalho e quando alcançamos aquele ponto ficamos ‘wau’ consegui. Quando se consegue desfazer dos mestres e seres autêntico não há melhor satisfação que esta”, explicou.

“Sombras de Silêncio” é uma prosa poética dividida em quatro momentos, na primeira, terceira e quarta, o poeta fala sobre seus “eus”, da meta poesia e sobre aquilo que apoquenta a sociedade. No segundo momento, fala do amor.

“Não vale a pena só falar de mim no meu quarto, mas também olhar para os males que apoquentam a sociedade que também sou membro. E como cidadão tenho também de manifestar a minha simpatia ou não perante a sociedade”, referiu.

Este prémio foi criado para privilegiar e dar espaço para os autores não consagrados. “Uma das várias metas que tínhamos para a Fundação, era a criação do prémio”, disse Mia Couto. Mas a mais importante de todas é a publicação de livro, “sobretudo de gente nova e que de outra maneira teria dificuldade em publicar suas obras”, acrescentou, sem se esquecer de frisar que a Fundação dá a mesma importância às conversas com os autores, às oficinas literárias e à troca de experiências entre autores consagrados e os menos consagrados.

Este evento teve como patrocinador a Trassus Mobiliário. Para ter um vencedor é necessário que haja um avaliador e para a edição pioneira estiveram envolvidos quatro membros de júri: Aurélio Cuna, a estudiosa brasileira Carmen Tindó, escritor angolano José Eduardo Agualusa e o poeta moçambicano Luís Carlos Patraquim.

A maior parte do júri reside fora de Moçambique e, segundo Aurélio Cuna, as análises das obras foram feitas por vídeoconferência. “Estivemos reunidos por três vezes e, nos primeiros seis dias de Outubro, fizemos a selecção final, com a escolha de “Sombras de Silencio”, relatou Aurélio Cuna.

Estabeleceu-se que para a classificação das obras concorrentes devia estabelecer-se três critérios: inovação formal, qualidade semântica e correcção linguística, critérios dos quais a obra de M.P. Bonde conseguiu enquadramento.

“Nada acontece por acaso, tudo é fruto de trabalho”, referiu Bonde, quem lançou seu primeiro livro “Ensaios Poéticos” pela Cavalo do Mar, em Março deste ano.

Começou a escrever poesia nos meados do ano 2000. Fez parte do Arrebenta Xithokozelo no Teatro Avenida, participou em colóquios e saraus que o permitiram perceber mais a poesia. n

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