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Morte de Mariano Nhongo: IMD diz havia poucas possibilidades para um final diferente

Foto: O Pais

Através de um comunicado de imprensa, o Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) lamentou o fim trágico do líder da Junta Militar, Mariano Nhongo, e considera que, face à sua resistência em integrar-se no processo de DDR e o facto de não ter valorizado as tréguas militares, e se mostrado pouco aberto ao diálogo, bem como a ameaça que constituía para a segurança de pessoas e bens na região centro do país, havia poucas possibilidades para um final diferente.

Segundo a ONG, há mais de dois anos em que as entidades do Governo e vários actores da sociedade procuraram aproximar-se a Mariano Nhongo e encorajá-lo a fazer parte do processo do DDR, na sequência dos progressos registados e da deserção de alguns dos principais membros da Junta Militar, o que dava esperança de uma solução pacífica.

No entanto, estes apelos não tiveram acolhimento por parte de Nhongo que insistia em prevalecer com a via de ameaças e ataques militares.

“As acções da Junta Militar, liderada por Nhongo limitaram os benefícios da paz para as comunidades directa e indirectamente afectadas, pois ao protagonizarem ataques militares contra alvos civis causando mortes, limitando a livre circulação de pessoas e bens, destruindo património público e privado para além de outros tipos de crimes, tornaram os líderes do movimento mais vulneráveis a este fim trágico”, escreve o IMD em comunicado.

Para o IMD, a morte de Mariano Nhongo fragiliza ainda mais a Junta Militar e abre caminhos para a estabilidade da zona centro do país, sendo, no entanto, fundamental que o Governo continue a mobilizar os demais membros da Junta Militar a abandonarem a violência por vias pacíficas e a integrarem-se no processo de DDR.

Contudo, apesar da morte do Mariano Nhongo representar um passo importante para a segurança na região centro do país, o IMD chama atenção para o cumprimento rigoroso do processo de DDR de modo a mobilizar os receosos a fazerem parte do processo.

Mais ainda, a ONG considera haver necessidade do reforço das acções de intervenção social orientadas para a redução dos factores de vulnerabilidade, sobretudo nas zonas mais afectadas por conflitos militares para que se evite que grupos como a Junta Militar possam mobilizar bases de apoio.

O IMD defende o recurso de mecanismos democráticos para a resolução de qualquer que seja a reivindicação, sendo para isso fundamental o reforço das capacidades das instituições, de modo a que todos tenham confiança em relação à sua actuação.

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