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Morreu empresário sul-africano acusado de financiar ataques em Cabo Delgado

Andre Hanekom, o suposto líder e financiador dos ataques armados em Cabo Delgado, morreu no Hospital Provincial de Pemba, vítima de doença.

A informação foi confirmada pela família que tomou conhecimento na madrugada desta quarta-feira, através de uma chamada telefónica.

“Não temos detalhes, mas é verdade que Andre Hanekon perdeu a vida no Hospital Provincial de Pemba”, confirmou a fonte que revelou ter visto o corpo na Morgue do mesmo hospital.

De acordo com a família, apesar da justiça ter anunciado a sua libertação  mediante o pagamento de caução, até a sua morte, Andre Hanekhon, continuava detido numa das cadeias de Cabo Delgado.

A detenção de Hanekhon, veio a ser confirmada pela direção do Hospital Provincial de Pemba, que não aceitou falar  sobre a morte do sul-africano, alegadamente por não estar autorizados a passar informações sobre doentes presos, tanto para a imprensa como para os próprios familiares.

“Por obrigação, o Hospital só pode prestar informações de doentes presos, mediante autorização das autoridades responsáveis pelos pacientes”, justificou Directora do Hospital Provincial de Pemba, Joana Augusto.

Dezembro de 2018 pela Procuradoria da província, mas o caso  começou em Agosto do mesmo ano, quando o sul-africano foi supostamente assaltado e raptado no distrito de Palma, por um grupo de homens desconhecidos que manteve refém por cerca de 10 dias.
Depois de ser resgatado pela Polícia, que nunca avançou detalhes sobre o seu resgate, Hanekon ficou internado no Hospital Rural de Mueda, e mais tarde transferido para o Hospital Provincial de Pemba, devido ao ferimento causado  por uma bala durante o suposto assalto.

Do Hospital, Andre Hanekon, foi transferido para uma das unidades policiais da cidade de Pemba, e só depois de um longo silêncio, as autoridades confirmaram o seu envolvimento nos ataques armados em Cabo Delgado, como líder, financiador do grupo armado, que desde Outubro de 2017, vem protagonizando actos de terror contra civis e militares.

Empresário e Marinheiro de profissão, Andre Hanekon, vivia em Moçambique há cerca de 20 anos, e era dono de uma das principais empresas marítimas que prestava serviços para algumas  multinacionais que pretendem explorar gás na bacia do Rovuma.

Andre Hanekom morreu antes de ser julgado pelos crimes de homicídio qualificado, instigação ou provocação a desobediência colectiva, crime contra organização do Estado Moçambicano, Associação para delinquir, porte de armas proibidas e crime de desobediência, segundo acusação do Ministério Público, contante no processo 2/2019, submetido ao Tribunal Judicial da Província de Cabo Delgado.

 

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