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Moradores do Djonasse em Boane exigem energia eléctrica

Foto: O País

A população do bairro Djonasse, na Província de Maputo, reclama da falta de energia no quarteirão 54, mesmo depois de, em 2015, terem feito um pedido à Electricidade de Moçambique (EDM) para a instalação da corrente eléctrica.

Segundo os residentes de Djonasse, há anos que, de forma recorrente, têm feito o mesmo pedido, mas sem sucesso. Por essa razão, manifestaram-se, esta quarta-feira, defronte à EDM, em Boane, para mais do que reclamar, exigir solução urgente para o problema em causa.

“Estamos aqui para exigir a energia que estamos à espera há sete anos; pediram-nos para organizar documentos, fizemos, pediram assinatura dos moradores porque queriam saber quantos somos, demos. E, agora, o que falta?”, questionou Boavida Tsucane, residente no bairro desde 1989.

Conforme conta, em 2015, com a expansão do bairro, os moradores sentiram a necessidade de ter a corrente eléctrica, por isso apresentaram o assunto à EDM, mas o que aconteceu é que a energia foi instalada em todos os quarteirões, menos naquele.

“Sempre renovamos os documentos e a EDM só carimba, dizem que está tudo certo e que irão avançar, mas nunca avançam. Estamos a pedir ajuda, afinal até quando vamos viver na escuridão”, reclamou Arsénio Macamo, um dos moradores em frente ao processo.

No bairro, os postes sem nenhum fio ligado provam a reclamação dos moradores, que, ao todo, chegam a 300 famílias. Os mesmos atiram a culpa ao chefe do posto e ao líder comunitário e acusam-nos de estar a dificultar o processo.

Conforme explicou, Maria Luísa, outra moradora, já tinham sido alocados postes para aquela zona, mas os acusados desviaram para Mulotana, e a justificação é que, antes da instalação da energia eléctrica, é necessário fazer-se o parcelamento do bairro.

“Aceitamos o parcelamento, mas nada foi feito até agora. A EDM pediu-nos para abrirmos ruas de oito metros para colocarem os postes, as ruas já estão abertas, mas está tudo na mesma, por isso não vamos sair daqui sem uma resposta exacta; queremos saber o que se passa e queremos que a resposta seja por escrito”, determinou Maria Luísa.

Na manifestação, eram audíveis os gritos de socorro, afinal os queixosos dizem que a situação já está a originar problemas, como a criminalidade. Dizem, por exemplo, que até encontraram cadáveres de pessoas assassinadas noutros bairros; assaltos e casos de violação sexual, como também o facto de não poderem conservar os alimentos.

Cremildo Elias, director da Área de Serviços da EDM em Boane, reconheceu ser legítima a reclamação da população e garantiu energia no bairro ainda este ano.

“Estamos a mobilizar os materiais para iniciar com as obras. Em 2019, instalamos três PT naquela zona, percebemos que, para a alimentação dos clientes, seria necessária a montagem de três PT e era necessário expandir a rede de baixa tensão em oito quilómetros”, justificou.

Conforme explicou, outro aspecto que dificultou o processo foi o facto de as instalações se encontrarem dispersas.

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