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Moçambique: um estreante perigoso no Mundial de futebol de praia

Foto: FIFA

Seleccionador nacional de futebol de praia faz um balanço positivo da participação de Moçambique no seu primeiro Campeonato Mundial, destacando a boa resposta dada em todos os jogos, nos quais marcou 15 golos e sofreu 18, terminando na terceira posição do grupo B.

Tudo começa com a eliminatória única diante das Comores, em Abril passado, de qualificação ao CAN da modalidade, em que Moçambique venceu com agregado de 17-8, no conjunto das duas mãos (3-7 em Moroni e 10-3 em Maputo). Uma vitória que garantiu a qualificação ao Campeonato Africano das Nações, em Dakar, Senegal, onde o combinado nacional venceu todos os jogos até à final, jogo no qual perdeu diante dos anfitriões.

Nessa competição africana, Moçambique venceu Egipto (7-5), Seychelles (7-3) e Marrocos (2-1), na fase de grupos, voltando a vencer o jogo das meias-finais, diante da Uganda (6-3), no jogo que garantiu a qualificação ao mundial de futebol de praia.

No jogo da final do CAN, diante da poderosa Senegal, os treinados de Abineiro Ussaca sucumbiram por 1-4, mas estavam em festa pela qualificação ao Campeonato do Mundo da Rússia.

Tal como aconteceu aquando da preparação ao CAN, a Federação Moçambicana de Futebol garantiu um estágio em Nazaré, Portugal, onde, durante 20 dias, teve seis jogos de preparação. Nesses jogos, perdeu diante de Portugal, que também preparava a sua participação no Mundial, empatou dois, diante dos nazarenos, e venceu outros três, um deles frente ao Sporting Clube de Portugal.

Ainda no estágio, a selecção nacional derrotou Uruguai, já em solo russo, por duas bolas sem resposta, entrando para a competição mais fortificada.

No Mundial da Rússia, a selecção de Moçambique entrou a perder, diante da Espanha, por 4-8, num jogo em que deixou boas indicações, tendo sido fatal a vitória dos espanhóis, o mau início, ou seja, o primeiro período no qual sofreu quatro golos.

Seguiu-se a vitória moralizadora diante dos Emirados Árabes Unidos, por 4-2, que colocava o combinado nacional com meio pé nos quartos-de-final, precisando apenas de um empate diante do Taiti na terceira jornada.

Mau grado que não tenha acontecido como o conjunto desejava, numa partida bastante equilibrada em que o resultado só foi encontrado no apito final, quando estava em 8-7 a favor do Taiti.

Caiu por terra um sonho que foi tão bonito e bem vivido pelos jogadores, equipa técnica, direcção da FMF e todos os moçambicanos que também sonharam com este mundial.

 

“LUTAMOS, FIZEMOS O NOSSO PAPEL E DIGNIFICAMOS O PAÍS”

Na hora de fazer o balanço sobre a participação de Moçambique no Campeonato Mundial, Abineiro Ussaca diz que é positivo e que só pecou por não ter sido coroado pela qualificação aos quartos-de-final. Ainda assim, de acordo com Ussaca “é preciso felicitar os rapazes pelo empenho que tiveram desde o primeiro jogo até este, em que perdemos diante de Taiti, mas de cabeça erguida”.

Uma derrota que não foi fácil de digerir, pela forma como os jogadores se bateram por um resultado melhor. Por isso, considera Abineiro Ussaca que “não há derrota que entristeça os nossos corações, pois nos sentimos orgulhosos de termos feito o nosso melhor”, disse, acrescentando que “lutamos do primeiro ao último minuto e não conseguimos. Fizemos de tudo para levar a nossa bandeira até onde podíamos, mas caímos em terra”.

Aliás, Ussaca diz que, apesar da tristeza que sente, “temos em mente que lutamos, fizemos o nosso papel e dignificamos o país da melhor forma possível”. E prova disso são os resultados alcançados e isso “é fruto de trabalho que os miúdos fizeram arduamente”.

O seleccionador nacional fala de falta de experiência por parte dos jogadores, o que terá tido alguma repercussão na prestação. “Sem experiência, sem campeonatos locais, sem jogadores profissionais que jogam fora do país e estando num campeonato não muito competitivo, pelo menos demostramos a capacidade e vontade de querer fazer as coisas acontecerem”, disse Abineiro Ussaca, para quem “fica um bom TPC de fazer melhor”.

De acordo com o seleccionador nacional de futebol de praia, Moçambique ganhou experiência para os próximos compromissos nesta modalidade. “Aprendemos bastante e estamos orgulhosos dessa experiência e com orgulho de termos perdido com os melhores do mundo e ter deixado uma boa marca e uma imagem daquilo que é Moçambique”, disse Ussaca, que agradeceu o apoio que recebeu dos moçambicanos que transmitiram energias e confiança.

Por ora, de acordo com Abineiro Ussaca, “temos que levantar a cabeça e planificar melhor o nosso futuro. Prepararmo-nos melhor para o CAN e para as próximas competições”.

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