O País – A verdade como notícia

Moçambique terá circuitos de voleibol para rodar atletas nacionais

A Federação Moçambicana de Voleibol vai criar um novo circuito da modalidade que visa dar mais rodagem aos atletas nacionais para a sua participação nos Jogos Olímpicos. O circuito vai substituir o tradicional campeonato nacional e vai decorrer em cinco cidades moçambicanas.

A motivação desta criação de circuitos é que a participação de voleibolistas nos Jogos Olímpicos não depende somente da sua qualificação ao nível dos continentes, mas também do número de competições internacionais em que participam, que deve ser de um mínimo de 12 provas.

Para colmatar esta falta de competições para os atletas nacionais, a Federação Moçambicana de Voleibol vai criar um circuito nacional de seis provas, que se vão juntar às competições internacionais, para a rodagem dos atletas.

De acordo com o director técnico da Federação Moçambicana de Voleibol, Mohamed Valá, a competição será feita em cinco etapas em várias praias do país, com destaque para Bilene, Nampula e Vilankulo, para além de uma que será na cidade de Chimoio, sendo que a última vai decorrer na cidade de Maputo. “Cada etapa está orçada em 350 mil meticais e o que idealizamos é darmos prémios monetários as duplas que ficarem no pódio e custearmos as despesas”, disse Valá.

Sem financiamento ainda, derivado da situação actual a que o país se encontra, a Federação Moçambicana de Voleibol espera contar com apoios das empresas locais das cidades que vão acolher as provas, bem como das estruturas autárquicas locais. “Essa seria uma forma de termos mais competições dentro do circuito dos Jogos Olímpicos, porque estar a participar em 12 provas internacionais será muito complicado. É que já temos garantias de seis provas internacionais e contando com estas seis, vai ser mais fácil”, argumentou o director técnico da FMV.

Aliás, estes circuitos vão ajudar na promoção do vólei de praia, para além de que “vai nos ajudar a ter mais provas que vão contar para a qualificação aos Jogos Olímpicos”.

Mas há constrangimentos neste desiderato de criação de circuitos nacionais de vólei de praia, nomeadamente a condição financeira. Condição essa que pode comprometer a participação da selecção nacional de vólei de praia em seniores masculinos, nos mundiais de Hamburgo, este mês. É que a federação conta com um défice de 400 mil meticais para a deslocação da delegação a Alemanha. É que inicialmente a Federação tinha feito um orçamento para a participação das selecções todas elas em provas internacionais, nomeadamente dos sub-21, em masculinos e femininos, no mundial que iniciou ontem, terça-feira, das duplas masculinas e femininas seniores, no africano da Ilha do Sal e no mundial da dupla sénior masculina, no mundial de Hamburgo.

Para os masculinos, o orçamento era de 1.600.000,00 (um milhão e seiscentos mil meticais), mas até ao momento só conta com 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil meticais). A federação idealizou uma delegação composta por dois atletas, um treinador e um chefe da delegação, mas devido ao défice de 400 mil meticais, ficou por terra o chefe da delegação. “Se até à data conseguirmos o diferencial, vão todos, mas caso não, conseguirmos apenas para duas pessoas, só vão os atletas, sozinho e vão ter que assumir todas responsabilidades lá”, disse Khalid Cassamo, líder máximo do organismo que gere o voleibol no país.

Afinal, segundo Khalid Cassamo, “estamos a sonhar com uma qualificação aos Jogos Olímpicos 2020 e também nos Jogos Africanos” e são estas competições que poderiam permitir aos atletas ganharem alguma competitividade.

A participação em competições internacionais é mais uma forma de rodar os atletas que procuram a sua qualificação aos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos