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Moçambique regista cerca de 20 mil partos prematuros por ano

Moçambique regista em média vinte mil partos prematuros por ano. Em 2017, no Hospital Central de Maputo mais de quatrocentos recém-nascidos morreram e destes 45% foi por prematuridade. Realidade que coloca vários desafios para o sector da saúde, entre eles a cobertura dos partos institucionais e a formação do seu pessoal.

Chama-se Agira Macanga, tem 21 anos, está hospitalizada a mais de um mês num dos berçários do Hospital Central de Maputo, onde acompanha os seus filhos gêmeos. Ambos nasceram prematuros.

Os recém-nascidos vieram ao mundo com apenas 1400 kg no Hospital Distrital da Manhiça. O seu estado de saúde obrigou a que fossem transferidos para Maputo.
Na sua maioria as mães com bebês prematuros são oriundas de zonas periféricas e adolescentes.

Com apenas 15 anos de idade, Patrícia Mário tornou-se mãe. A adolescente conta que não teve o cuidado de dar segmento às consultas pré-natais.

As causas da prematuridade são compostas por muitos factores: como a idade materna avançada, o baixo nível socioeconómico, o consumo de álcool e tabaco em excesso, história anterior de parto pré-termo, gravidez múltipla, alterações da quantidade de líquido amniótico, infecções, hemorragias e malformações uterinas, restrição do crescimento fetal e ainda diversos problemas de saúde materna, como a obesidade.

Os recém-nascidos com idade gestacional inferior a 32 semanas e com menos de 1500 gramas são os que apresentam maior risco de morte, são também os que têm maior: risco de distúrbios do desenvolvimento, como atrasos cognitivos, perturbações da linguagem, paralisia cerebral, dificuldades de coordenação e equilíbrio, défices visuais e auditivos.

Estes são bebés que, em muitos casos, passaram os seus primeiros dois a três meses de vida internados numa unidade de cuidados intensivos de neonatologia.
As progenitoras tem um papel fundamental. Algumas fazem um enorme esforço para estimular a produção de leite.

No entanto, neste processo de recuperação, nem todas as mães conseguem ultrapassá-lo com facilidade. A intervenção do psicólogo é fundamental.

Nos últimos três anos, o Hospital Central de Maputo registou mais de três mil nascimentos, dos quais cerca de 28% foram prematuros. No ano passado, 450 recém-nascidos morreram e destes 45% foi por prematuridade.
Apesar de ter registado uma redução, nos últimos dois anos, os desafios para a erradicação deste mal ainda são enormes.

O método mãe canguru é um dos processos indispensáveis, pois garante à estabilidade da temperatura, para além de estimular o sistema respiratório e imunológico dos bebês.

Só com mil oitocentos gramas é que estes bebês são dados alta, no entanto o segmento dos cuidados médicos é indispensável.

Em termos estatísticos, a capacidade de cobertura dos partos institucionais no país é de cerca de 70%, existindo cerca de 30% de partos que acontecem fora das maternidades.

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