Nos últimos cinco anos, 15 acidentes de aeronaves foram registados no país. No mesmo período, duas aeronaves registadas em Moçambique acidentaram no estrangeiro. O acidente mais mortífero e o maior da história de Moçambique foi o da Namíbia, em 2013, com 33 óbitos.
As imagens da recente tragédia na história da aviação civil de Moçambique conduz ao desenho de uma linha cronológica que, mais do que dar detalhes técnicos, leva a mexer sensibilidades daqueles que perderam os seus nos acidentes de aviação dos últimos cinco anos.
2013 foi um ano marcante na história da aviação civil em Moçambique. O voo 470, modelo Embraer 190, das Linhas Aéreas de Moçambique, transportando 27 passageiros e 6 tripulantes, fazia a rota Moçambique – Angola, com chegada prevista para 13h10 minutos. Um destino inalcançado, porque o avião caiu no Parque Nacional de Bwabwata (EN), na Namíbia, e explodiu, causando a morte dos 33 passageiros e tripulantes a bordo.
A conclusão do relatório final, publicado em 2016 apontou que o piloto automático foi programado de forma indevida pelo tripulante que se acredita ser o capitão; os comandos fizeram com que a aeronave saísse do voo de cruzeiro para uma descida constante; nos últimos cinco minutos de voo, a aeronave foi programada para descida de aproximadamente 1 800 m por minuto; ao colidir contra o solo, estava a uma velocidade aproximada a 560 km/h. Como causa secundária, o relatório concluiu que não havia conformidade nos procedimentos adotados pela empresa, permitindo que um membro da tripulação ocupasse sozinho a cabine de comando.
Em 2014, o país registou dois acidentes com aeronaves de registo nacional e não houve apontamento de casos de morte.
Assim, de 2013 a 2018 no total de acidentes constam: 10 Acidentes no território nacional com aeronaves de registo estrangeiro; três acidentes no território nacional com aeronaves de registo nacional (2014-2018); dois acidentes no território estrangeiro com aeronaves de registo nacional (2013- 2018).
O último acidente ocorreu no Zimbabwe. O aparelho, com autonomia para três horas de voo, descolou da Beira às 07:15, com previsão de chegada a Mutare às 08:25, facto que não aconteceu. Para este caso, a aviação civil trabalha para descobrir as causas do acidente.
Em resumo, as principais causas dos acidentes estão relacionadas a falta de combustível, aterragem brusca, colisão com obstáculos e fuga de combustível.
O experiente comandante João de Abreu, que integrou a aviação civil desde os anos 70, refere que existe uma grande responsabilidade do piloto em casos de acidentes aéreos.