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Moçambique na lista dos 10 países com as taxas mais elevadas de nascimento prematuro

Estima-se que 15 milhões de bebés nascem demasiado cedo, todos os anos. Isto é, mais de um em cada 10 bebés nasce prematuro. Aproximadamente 1 milhão de crianças menores de cinco anos morrem todos os anos devido a complicações do parto prematuro, conforme avança o relatório global sobre a prematuridade.

“Muitos sobreviventes enfrentam uma vida inteira de deficiência, incluindo dificuldades de aprendizagem, problemas visuais e auditivos. Em todo o mundo, a prematuridade é a principal causa de morte em crianças com idade inferior a cinco anos. E em quase todos os países com dados fiáveis, as taxas de nascimentos prematuros estão a aumentar”, lê-se num comunicado conjunto da OMS, UNICEF, UNFPA e USAID.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), Moçambique está na lista dos 10 países, com as taxas mais elevadas de nascimento prematuro com 16.4 por 100 nascidos vivos.

O Dia Mundial da Prematuridade, dia 17 de Novembro, também conhecido como o Dia Internacional da Sensibilização para a Prematuridade, é celebrado em mais de 50 países com o objectivo de se levar a consciencialização sobre o parto prematuro e reflectir sobre estratégias para reduzir a taxa de prematuridade, garantir que melhores cuidados sejam oferecidos aos bebés e suas famílias. É o momento para alertar as mães para planificarem a sua gravidez, cumprirem com as consultas pré-natais, a fim de terem a assistência adequada, evitar o parto prematuro e consequentemente, complicações na saúde da mãe e do bebé.

A celebração deste dia apoia os valores e metas do Plano de Acção de Cada Recém-nascido (PACRN), lançado em Moçambique a 9 de Novembro de 2020, que mobiliza o apoio multissectorial global para salvar vidas e melhorar o bem-estar das mães e bebés. É também uma homenagem aos prematuros, aos seus pais, cuidadores e trabalhadores de saúde que os ajudam a lutar pela vida.

Nos últimos dois anos o mundo tem sido assolado pela pandemia da COVID-19 e Moçambique não é excepção. Evidências mostram que contrair o coronavírus durante a gravidez, pode aumentar o risco de parto prematuro. Por outro lado, o impacto indirecto da COVID-19, como a qualidade do atendimento prestado a recém-nascidos doentes e com baixo peso – e isso inclui o direito ao contacto directo com os pais/cuidadores, pode resultar em sofrimento e mortes desnecessárias. Nos últimos 10 meses em Moçambique, foram registados 168 casos de mulheres grávidas e lactantes com COVID-19.

De entre várias medidas de saúde pública adoptadas por Moçambique constam a higiene das mãos sempre que possível com água e sabão ou álcool gel, uso da máscara facial. De igual modo, constam o isolamento social e o distanciamento social entre as pessoas (1.5m). Estas duas últimas, não devem ser aplicadas para pais e mães de bebés prematuros!

A Organização Mundial de Saúde recomenda que as mães partilhem o quarto com seus bebés desde o nascimento e que sejam permitidas amamentar e praticar o contacto pele-a-pele, mesmo quando houver suspeita ou confirmação de infecções por COVID-19. É por este motivo que as comemorações deste ano, em todo o mundo decorrem sob o lema: “Separação zero: Aja agora! Mantenha pais e bebés prematuros juntos”. Este lema foi escolhido com o objectivo de destacar a importância do contacto dos recém-nascidos com os pais e mães logo após o nascimento, especialmente para aqueles prematuros e ou com baixo peso ao nascer.

A prevenção de mortes e complicações do parto prematuro começa com a saúde da mãe. Cuidados de qualidade e centrados na mulher antes, entre e durante as gravidezes; durante e depois do parto, irão assegurar que todas as mulheres tenham uma experiência de gravidez positiva.

Os cuidados adequados com o bebé prematuro, logo depois do nascimento, incluem cuidados essenciais e complementares ao recém-nascido, especialmente suporte para alimentação, manter o recém-nascido aquecido, cuidados do cordão umbilical para prevenção  de infecções. A experiência de países desenvolvidos e de países de baixa e média renda mostrou, claramente, que o método mãe-canguru (MMC) pode reduzir substancialmente a mortalidade hospitalar. Além do contacto pele a pele, o pacote do MMC inclui amamentação exclusiva e frequente, suporte para o par mãe-bebé e seguimento adequado após a alta.

Desde 2015 que, em Moçambique, o MISAU (Ministério da Saúde) e os seus parceiros, entre eles o UNICEF, OMS, UNFPA, USAID e outros, têm levado a cabo actividades de conscientização na comunidade em geral. Este ano as actividades irão decorrer na semana de 14 a 20 de Novembro e a cerimónia central irá realizar-se no dia 19 de Novembro, na cidade da Beira, Província de Sofala, sob o lema “Separação zero: Aja agora! Mantenha pais e bebés prematuros juntos”.

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