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Moçambique actor-chave na “revolução ferroviária” em África

A nova vaga de construção de linhas-férrea em África tem vindo a prestar mais atenção às necessidades reais dos países africanos, principalmente no Oceano Índico e países sem acesso directo ao mar da região dos Grandes Lagos.
É nessa óptica que Moçambique é visto como um dos grandes intervenientes nesta “revolução ferroviária” em África, dado que, embora as ferrovias que detêm sirvam fundamentalmente para transportar carvão, poderão servir igualmente para apoiar o crescimento do comércio transfronteiriço.
Um artigo recentemente publicado no China-Lusophone Brief (CLBrief), um serviço de informação sobre a China e os países de língua portuguesa, destaca que Moçambique poderá vir a ter um papel a desempenhar na nova geração de linhas de caminho-de-ferro em África.
“As linhas de caminho-de-ferro que transportam carvão da África do Sul e do Botsuana para exportação podem ser utilizadas para transportar outros produtos e as linhas que existem na região Centro de Moçambique, podem ser igualmente utilizadas para transportar os produtos que os países sem acesso ao mar da região, casos do Malawi e Zimbabwe, precisam de exportar”, lê-se no artigo, a que O País teve acesso.
A China Railways propôs a construção de uma ferrovia ligando Moçambique ao Zimbabwe, através da Zâmbia, um projecto com um custo estimado em 2,5 mil milhões de dólares que dará acesso facilitado aos portos moçambicanos.
O projecto levou no final de Julho último a Harare, uma delegação da China Railways, chefiada pelo vice-presidente Shao Gang, para contactos com o governo local, juntamente com o parceiro local, a Global Power Bridge International.
A primeira fase do projecto consistirá numa ligação de 400 quilómetros entre Shamva, no Zimbabwe, e Moatize, em Moçambique, de onde parte uma linha de 900 quilómetros de extensão até ao porto de Nacala (Corredor Logístico de Nacala, por onde é escoado o carvão da mina de Moatize, produzido pela brasileira Vale).

O projecto envolve ainda a construção de uma linha de 1700 quilómetros ligando directamente Binga, na fronteira do Zimbabwe com a Zâmbia, até ao porto de Nacala.
Ciente dos desafios, a empresas Portos e Caminhos-de-ferro de Moçambique (CFM), anunciou recentemente que pretende investir 200 milhões de dólares na modernização da sua rede ferroviária ao longo dos próximos três anos.

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