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MISAU lança campanha para acabar com estigma e discriminação do HIV/SIDA

O Ministério da Saúde lançou, esta segunda-feira, uma campanha de sensibilização, intitulada “Somos Iguais”, com o principal objectivo de erradicar o estigma e a discriminação das pessoas com HIV/SIDA.

A campanha é lançada numa altura em que mais de 160 mil jovens, do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 15 e os 29 anos, não aderem ao tratamento anti-retroviral, segundo avançou o director executivo do Conselho Nacional de Combate ao Sida (CNCS), Francisco Mbofana.

Para além de não aderirem ao tratamento, são sexualmente mais activos e, consequentemente, os que mais se destacam na propagação do HIV/SIDA no país, uma situação que preocupa as autoridades sanitárias.

“Os poucos, que fazem o tratamento, retê-los tem sido um desafio muito grande, porque muitos se mantêm por apenas seis meses”, disse Mbofana e partilhou a justificação dada pelo grupo: “têm medo de ser excluídos pelos seus amigos, medo de perder o respeito, a vergonha de estarem associados ao mau comportamento e o medo de estigma e discriminação dos empregadores”.

Segundo o director executivo da CNCS, o grupo até quer cumprir com o tratamento, mas sob uma condição: “se querem que eu tome TARV, precisam de mudar a maneira como a sociedade vê as pessoas com HIV/SIDA”.

Por entender que a preocupação dos jovens é legítima e que o estigma e a discriminação relacionadas ao HIV/SIDA constituem uma barreira na resposta nacional à epidemia do HIV. O Ministro da Saúde, Armindo Tiago, diz que isto pode comprometer o alcance das metas 95-95-95 da ONUSIDA e, por isso, a necessidade da campanha “Somos Iguais”.

“Eliminar todas as formas de estigma e discriminação relacionadas ao HIV é fundamental para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e metas até 2030, incluindo acabar com a epidemia do HIV como uma ameaça à saúde pública”, disse Armindo Tiago.

Para o ministro da Saúde, até Dezembro de 2020, 82% das pessoas vivendo com HIV conheciam o seu estado de saúde, 68% estavam em tratamento anti-retroviral e 56% tinham alcançado a supressão viral, entretanto, apesar dos dados serem satisfatórios, o remanescente é que preocupa e, com a campanha, espera-se reverter o cenário, isto é, ter todas as pessoas seropositivas a cumprirem com o tratamento.

A campanha “Somos Iguais” conta com o apoio das organizações da sociedade civil e do Governo dos Estados Unidos.

Segundo a vice-embaixadora dos EUA em Moçambique, Abigail Dressel, para a campanha, este país disponibiliza perto de dois milhões de dólares.

Com a campanha, espera-se passar a mensagem de que “não há razão para discriminar as pessoas com HIV/SIDA e que não há razão para as pessoas com HIV/SIDA terem medo de ser discriminadas”.

A iniciativa será difundida pela televisão, rádio e outros meios, em todo o país, como também serão actividades comunitárias de sensibilização.

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