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Ministro defende meios adequados para humanizar actuação da Polícia

O ministro do Interior foi, ontem, ao Comando da Unidade de IntervençãoRápida (UIR) dirigir a cerimónia de lançamento da semana comemorativa dos 42 anos da Polícia, que se celebram a 17 de Maio. Depois de passar em revista os homens da lei e ordem, Basílio Monteiro assistiu ao desfile de várias unidades e subunidades da Polícia, ao som da banda policial.

O Comando-Geral aproveitou a ocasião para exibir os meios usados para a manutenção da ordem e segurança públicas, as viaturas de controlo das massas em manifestações, de resgate de reféns e de combate ao terrorismo.

Na sua intervenção, o ministro do Interior defendeu que um dos desafios mais importantes do sector é tornar a actuação da Polícia mais humanizada. Mas, para tal, Basílio Monteiro disse que é necessário dotar a Polícia de meios de controlo de massas que produzam poucos danos à integridade física das pessoas. “Pretendemos combinar as duas dimensões, nomeadamente, dotar a Polícia de meios que menos ofensas produzem nas pessoas, para o controlo de massas ocorra num ambiente bastante humanizado”, disse.

SEQUESTRO E MORTE DE RECLUSOS

Na sua primeira reacção ao suposto assassinato dos réus José Coutinho e Alfredo Muchanga, cujos corpos teriam sido encontrados no distrito da Moamba, o ministro do Interior defendeu que a vida de qualquer cidadão deve ser protegida. Porém, Basílio Monteiro disse que ainda não há confirmação legal de que os corpos encontrados em Moamba são dos réus sequestrados numa viatura da Polícia, na baixa da cidade de Maputo. “Embora ainda não tenhamos uma confirmação legal de que foram assassinados, para nós, era deveras importante ter aqueles dois cidadãos que foram sequestrados até ao esclarecimento definitivo dos crimes em relação aos quais foram indiciados”.

O ministro lembrou que José Coutinho e Alfredo Muchanga são indiciados de autoria material e moral de crimes de rapto e era do interesse da Polícia que eles denunciassem todos os indivíduos envolvidos.

Sobre as alegações dos familiares segundo as quais foi a própria Polícia que assassinou os dois réus, Monteiro disse que a acusação é improvável, mas admite que qualquer cidadão possa fazer a sua leitura. Para o ministro, não faz sentido a Polícia colocar a sua vida em perigo e danificar os seus meios para libertar réus.

Segundo o ministro do Interior, neste momento, correm duas investigações na Polícia, uma para apurar as circunstâncias em que os réus foram sequestrados e outra para identificar e neutralizar os autores morais e materiais do assassinato ocorrido em Moamba.

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