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Ministra nega conhecer ordem formal do PR para que Abduremane viajasse a Meca

A defesa do ex-ministro desistiu de ouvir Adelaide Amurane, mas por imposição da Justiça esteve esta quarta-feira no Tribunal para prestar esclarecimentos sobre a polémica viagem de Abduremane de Almeida à Meca custeada com dinheiro público sem autorização.

Abduremane disse ao juiz que viajou a mando de Filipe Nyusi e que a Ministra na Presidência para Assuntos da Casa Civil sabia de tudo. Na hora de depor, Adelaide Amurane negou conhecer qualquer ordem do Chefe de Estado para a viagem que custou aos cofres públicos cerca de um milhão e setecentos mil meticais.

“As decisões do Presidente da República são feitas por despacho. Não existia nenhum despacho da Presidência que autorizasse a viagem”.

Sobre as declarações do réu segundo as quais a Ministra coordenou a retirada, no relatório de auditoria da Inspecção das Finanças, do ponto que obrigava o ex-ministro a devolver o dinheiro, Amurane revelou que o então Secretário Permanente do Ministério foi ao seu gabinete requerer que o valor fosse pago pela Presidência, ao que respondeu. “Eu não tenho competência para interferir sobre relatórios de auditoria. Não nos sentimos na obrigação de pagar porque não tínhamos nenhuma decisão escrita sobre aquela deslocação”.

Na audiência, a defesa pediu uma confrontação cara-a-cara entre o réu e a ministra. Admurenane então disse: “A ministra não ouviu quando o Presidente deu essas orientações. Mas quando o assunto da acusação surgiu, questionei à ministra e pedi para que da mesma forma que fez a quando do relatório de auditoria escrevesse a explicar que era uma missão do Estado”.

Adelaide Amurane disse: “Eu não tinha base para fazer a carta porque não tinha despacho. Disse (também) que não podia confrontar o Presidente. Não está nas minhas competências confrontar o presidente”, concluiu.

 

 

 

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