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Militares e civis no banco dos réus por desvio de 36 milhões Mt

Arrancou, hoje, o julgamento de nove indivíduos envolvidos no desvio de fundos no Ministério da Defesa, depois de o Gabinete Central de Combate à Corrupção os ter acusado, em Maio de 2016, de crimes de burla por defraudação na forma continuada, associação para delinquir, abuso de cargo e de função e branqueamento de capitais.

O montante de cerca de 36 milhões de meticais foi retirado do Ministério da Defesa Nacional entre 2010 e 2015. Segundo o Ministério Público, o processo era liderado por dois dos quatro militares que estão no banco dos réus. Os mesmos estavam afectos ao sector de vencimentos, no Comando do Exército, daí a facilidade para viciar o número de efectivos.

O valor que saía do Ministério da Defesa sob forma de salários era canalizado às contas de familiares, conhecidos e pessoas com quem os actores principais (militares que estavam à frente do esquema) tinham relações amorosas. Foi, também, usada a conta bancária de um menor, filho de um dos foragidos.

Agora, respondem perante o mesmo juiz, no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo. Entretanto, além destes, existem outros dois que estão foragidos.

Durante o pagamento de salários indevidos, havia pessoas que recebiam ordenados acima da tabela salarial das Forças Armadas e outras chegavam a receber duas vezes no mesmo mês.

O advogado de defesa dos dois acusados disse, após o fim da sessão de hoje, esperar que o julgamento decorra sem interferências e que é preciso esperar pelo desfecho do processo, para se tirar alguma ilação. “Não posso revelar o que se vai passar no processo. Temos que aguardar até ao desfecho”, vincou o advogado Hélder Lopes.

No primeiro dia de julgamento, esta terça-feira, não houve questionamentos aos réus, apenas se apresentou a acusação e a descrição dos factos. A sessão de audição foi marcada para esta quarta-feira.

 

 

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