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Militares detêm ministro e o forçam a apoiar golpe no Sudão

Foto: JN

O Primeiro-Ministro sudanês, Abdullah Hamdok, foi detido em sua residência por militares e pressionado a fazer uma declaração “a apoiar o golpe [de Estado]”, segundo avançou o Ministério da Informação local. A instituição disse, ainda, que outros líderes políticos sudaneses também foram detidos por homens armados não identificados.

De acordo com a LUSA, as detenções acontecem após semanas de tensão entre as autoridades de transição civil e militar. Enquanto isso, manifestantes se concentraram nas ruas da capital, Cartum, para protestar contra as detenções.

“Estes acontecimentos surgem apenas dois dias após uma facção sudanesa, que pedia uma transferência de poder para o Governo civil, ter advertido sobre a preparação de um golpe de Estado numa conferência de imprensa que uma multidão de pessoas não identificadas procurou impedir”, escreve a LUSA.

O Sudão tem estado numa transição precária marcada por divisões políticas e lutas pelo poder desde a expulsão do Presidente, Omar al-Bashir, em Abril de 2019.

Desde Agosto de 2019, o país tem sido governado por uma administração civil-militar encarregada de supervisionar a transição para um regime totalmente civil.

As tensões entre os dois lados já existem há muito tempo, mas as divisões foram exacerbadas após o golpe falhado de 21 de Setembro.

Na semana passada, dezenas de milhares de sudaneses marcharam em várias cidades para apoiar a transferência total do poder para os civis, em resposta a uma concentração rival de vários dias junto ao palácio presidencial em Cartum, na qual se exigia um regresso ao “domínio militar”.

 

MILITARES OCUPAM TV NACIONAL

Os militares sudaneses ocuparam a rádio e a televisão estatal em Omdurman e retiveram os funcionários, o que consubstancia “um golpe de Estado”, segundo entende o Ministério da Informação daquele país, citado pela LUSA.

 

UA APELA RECURSO AO DIALOGO ENTRE MILITARES E CIVIS

A União Africana (UA) apelou que os militares e civis recorressem ao dialogo para resolver o conflito em vigência no país. O apelo acontece após as forças militares terem detido vários líderes civis do Governo de transição, incluindo o primeiro-ministro.

De acordo com a agremiação dos países africanos, “o diálogo e o consenso são a única forma de salvar o país e a sua transição democrática”.

Segundo escreve a LUSA, a Associação de Profissionais, um dos grupos que liderou a revolta de 2019 que pôs fim à ditadura de 30 anos de Omar al-Bashir, juntamente com os sindicatos de médicos e bancários denunciou o que considera ser um “golpe militar” e apelou à desobediência civil em Cartum, a capital do país, um dos mais pobres do mundo, que tinha já sido palco de uma tentativa de golpe de Estado há um mês.

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