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Milhares de zimbabweanos despedem-se de Mugabe

Milhares de zimbabweanos despediram-se hoje de Robert Mugabe, o antigo presidente da República e fundador da nação.

A cerimónia teve lugar no Estádio Nacional de Harare e contou com a presença de 11 chefes de Estado e do Governo, incluindo o Estadista moçambicano, Filipe Nyusi. Através de discursos, os líderes africanos prestaram a última homenagem ao antigo Presidente zimbabweano, destacando as suas qualidades de nacionalista e combatente pela liberdade e independência dos países africanos.

"Mugabe lutou para preservar a liberdade, bem-estar e a independência nacional", disse Emmerson Mnangagwa, Presidente do Zimbabwe.

O sucessor de Mugabe na liderança do Estado zimbabweano, Mnangagwa descreveu o antigo Estadista como um herói que criou um Estado, ensinou uma geração e inspirou todo o continente. Mnangagwa disse que os zimbabweanos vão continuar a respeitar os ensinamentos e os exemplos de Mugabe.

O Estadista zimbabweano fez questão de lembrar o papel dos líderes da região na luta pela independência do Zimbabwe, com detalhe para Samora Machel, primeiro Presidente de Moçambique

Quem também usou da palavra na última despedida de Mugabe foi o Presidente da África do Sul, Ciryl Ramapshosa, que foi vaiado pelos zimbabweanos presentes no estádio devido aos ataques contra estrangeiros que acontecem na maior economia africana. Ramaphosa aproveitou o momento para pedir desculpas e assegurar que o povo sul-africano não é xenófobo.

"Estou aqui como africano a expressar o meu pesar e pedir desculpas por tudo o que aconteceu no nosso país", disse Ciryl Ramaphosa

Depois de pedir desculpas pela violência contra estrangeiros que acontece na África do Sul, Ramaphosa retomou o seu discurso, no qual descreveu Mugabe como um líder que deu tudo pela libertação do povo sul-africano do domínio do apartheid.

Já o Estadista queniano, Uhuru Kenyatta, descreveu Mugabe como "um grande ícone da libertação africana, um líder visionário e um lutador incansável pela dignidade africana".

O presidente do Quénia lembrou ainda Mugabe como um grande panafricanista que defendia soluções africanas para problemas africanos.

O libertador e fundador da nação zimbabweano, Robert Mugabe foi Presidente do Zimbabwe durante 37 anos e em 2017 foi forçado a deixar o poder após um golpe de militares. Mugabe morreu vítima de doença aos 95 anos em Singapura, onde recebia tratamento médico.

Seus restos mortais serão depositados no Acre dos Heróis zimbabweanos, depois de a família ter recuado da sua decisão de enterrar Mugabe na sua terra natal. A cerimónia oficial no monumento dos heróis zimbabweanos decorre este domingo.

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