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Mesquita avalia logística para transporte de areias pesadas de Chibuto

O distrito de Chibuto, na província de Gaza, espera exportar cerca de três milhões de toneladas de areias pesadas por ano.

Com uma área total de 5.653 quilômetros quadrados, o distrito de Chibuto, na província de Gaza detém o maior jazigo de areias pesadas do mundo e com um potencial para serem exploradas por mais de cem anos. O projecto para exploração de areias pesadas de Chibuto iniciado há pouco mais de dois anos já se encontra na sua fase final, sendo que neste momento está-se na fase de construção da fábrica para o processamento do minério que será concluída próximo ano, num projecto ambicioso que envolve muita engenharia e tecnologia de ponta.

Com a fábrica em funcionamento, cem mil toneladas de matéria-prima serão processadas por dia. A empresa responsável pela exploração prevê exportar próximo ano numa primeira fase cerca de 600 mil toneladas do minério, podendo aumentar para três milhões de toneladas. Para avaliar o estágio do projecto, o ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, visitou semana finda a província de Gaza, e manteve contactos com diversos sectores, tal foi o caso do director-geral da empresa responsável pela exploração das areias pesadas de Chibuto, a Ding Sheng Minerals.

“Estamos a fazer o acompanhamento da implementação de vários projectos que nós temos inseridos no programa quinquenal do Governo e este é um daqueles que também merece um acompanhamento especial dada a sua magnitude”, disse Mesquita.
Acrescentando, que “a empresa que está à frente do projecto de exploração está satisfeita com os resultados, portanto já foram feitas várias amostras enviadas para vários clientes e daqui a pouco teremos a oportunidade de visitar o local onde estão a instalar a fábrica definitiva que vai iniciar o processo de instalação ainda este ano”.

Nesta fase, estão já a trabalhar neste projecto cerca de 450 moçambicanos e 40 chineses, com uma produção diária de cerca de 400 toneladas, prevendo-se, que no próximo ano sejam exportadas 600 mil toneladas de titânio e zarcão. O pico é chegar aos cinco milhões de toneladas por ano.

“As três milhões de toneladas que se esperam no próximo ano, significa que vamos ter 1500 moçambicanos a trabalhar nesta indústria. E é nesta perspectiva que o Governo tem estado preocupado em criar mais condições e oportunidades de emprego para os seus concidadãos”, realçou o governante.

Em relação aos assentamentos e questões ambientais, Carlos Mesquita deu garantias de que todos os pressupostos foram acautelados para que as famílias retiradas dentro das minas e próximas continuassem com as suas actividades e em segurança longe das minas. São no total 300 famílias reassentadas. 489 casas tipo 3 foram construídas para albergar as famílias.

“ Tudo está acautelado dentro daquilo que são os acordos estabelecidos. De maneira nenhuma se deveria começar um projecto desta natureza sem se ter a cautela ambiental”.
 
O ministro dos Transportes e Comunicações falou também da possibilidade de construção da linha férrea para o transporte das areias pesadas de Chibuto. O projecto inicial previa a construção de uma linha férrea, de Chibuto a Lionde, no distrito de Chókwè, de onde o minério seria escoado para o Porto da Matola, na província de Maputo.

“Estamos a pensar nisso e pelos contactos que tivemos ano passado, o troço seria de cerca de 70 km, mas na discussão que tivemos aqui em Chibuto com a empresa que está aqui a fazer a exploração tem um plano “B” que é a utilização do Rio Limpopo e depois escoar pelo chongoene. Portanto são ainda alternativas logísticas que eles estão a estudar mas que tem que ser uma solução muito rápida”, apontou. Realçando, que já foram até iniciados contactos com o Porto de Maputo no sentido de se criar uma zona específica para armazenagem e exportação desses minérios. Os Caminhos-de-ferro de Moçambique já fizeram um primeiro levantamento daquilo que poderão ser as necessidades para a instalação dessa linha. ~

A execução do projecto de exploração de areias pesadas de Chibuto já começa a impactar para melhor na vida das populações residentes, estando a contribuir para o desenvolvimento económico da província, criação de novas oportunidades de emprego, entre outras vantagens.

 

 

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