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MEF tem novo edifício para mais de mil funcionários

O Presidente da República, Filipe Nyusi inaugurou na manhã desta Sexta-feira, duas novas torres geminadas pertencentes ao Ministério da Economia e Finanças. As duas torres têm 19 andares cada e podem albergar pouco mais de mil funcionários, mas actualmente apenas mais de 650 passam imediatamente a trabalhar no edifício. E ainda têm 5 andares de cave para estacionamento de viaturas ligeiras com capacidade para 217 carros.

A construção do edifício custou 4,7 mil milhões de Meticais financiados por um banco nacional na modalidade de leasing, o que para o Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleane foi a melhor opção porque esta opção não é classificada como dívida para o Orçamento do Estado, mas sim como pagamento de serviços, porque é feito em formato de renda de arrendamento.

Outro benefício é que todas as unidades orgânicas daquele ministério passam a funcionar no novo edifício e não de forma dispersa pela cidade como acontecia até ao momento. O Gabinete do Ministro e a Direcção do Tesouro são os únicos que não se vão transferir, continuando a funcionar no edifício antigo do MEF.

Durante o evento da inauguração o Chefe de Estado pediu aos funcionários para que garantissem a conservação do mesmo e dos seus equipamentos porque o mesmo foi muito caro. Nyusi disse que se tivesse tido a oportunidade de ser consultado teria preferido usar o dinheiro para reabilitar alguns quilómetros da Estrada Nacional Número Um e adiar a construção do edifício para uma outra altura. Mas não teve tal oportunidade porque as obras do edifício iniciaram em 2014 e inicialmente o mesmo deveria pertencer ao extinto Ministério de Planificação e Desenvolvimento.

Por outro lado o Presidente da República saudou aquela instituição por estar a desempenhar um papel importante na estabilização da economia nacional fustigada por uma grave crise, em parte causada pelo corte do apoio ao Orçamento do Estado pelos parceiros internacionais que representava cerca de 50%. E o MEF teve que implementar medidas extremas de controlo da despesa pública o que trouxe resultados positivos pois se conseguiu reduzir o défice do Orçamento do Estado de 13% em 2014 para 8% em 2018.

Filipe Nyusi congratulou-se ainda por terem sido aplicadas medidas que conseguiram controlar a inflação que em 2016 chegou a alcançar 26% e este ano anda a volta de 4%. O crescimento económico do país apesar de ter desacelerado, consegue se manter entre os mais altos de toda a região da África Austral. E todos esses resultados positivos é fruto do trabalho abnegado daquele ministério segundo Nyusi.

Apesar desses aspectos positivos o Presidente quer que o MEF seja mais rigoroso no controle de desvio de dinheiro, principalmente no pagamento das dívidas do Estado com fornecedores de bens e serviços. Há que haver muita atenção à subrefacturações, à existência de funcionários fantasmas noutras instituições do Estado, porque por essas vias têm havido gente a desviar dinheiro público segundo alertou o governante.

Outra preocupação de Filipe Nyusi está relacionado com o facto de haver instituições tuteladas e ou unidades orgânicas que querem ser mais estrelas que o próprio ministério, actuando na sua opinião sem concertar com a entidade tutelar. Questionou “porquê as estatísticas da sede do Ministério são diferentes do Instituto Nacional de Estatística?” e a seguir respondeu “significa que não há trabalho sério a ser feito. Falem antes de dizer o que é, não é cada um nos dizer o que pensa ou o que quer”.

Nyusi disse que quando numa machamba há um capim que cresce mais rápido que o outro é fácil o dono da machamba arranca-lo do que quando cresce junto com o outro. “Hão-de ser tiráramos como capim cumprido que cresce sozinho, se todo capim está no mesmo nível você sozinho cresceu, mas como? Nós queremos crescer juntos, como uma equipa unida” disse alertando que numa orquestra cada instrumentista toca a sua nota, mas no final o som sai com harmonia é o que se deseja da actuação do Governo ou das diferentes entidades que compõem o Governo. Refira-se que este discurso foi feito depois de ter pedido que cada titular das direcções provinciais e das instituições tuteladas se apresentassem.

E das 11 instituições tuteladas pelo MEF, não estava presente o Instituto Nacional de Estatística. Nem o seu Presidente, muito menos qualquer outro funcionário em sua representação, alegadamente porque estava reunido em Conselho Consultivo, segundo a justificação dada pelo Ministro da Economia e Finanças que disse ao Presidente da República que tinha recebido a chamada do Presidente do INE na manhã da Sexta-feira a justificar a sua ausência do MEF.

 

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