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Mais de 900 óbitos não reclamados em Maputo e Matola

De Janeiro a Abril deste ano, os hospitais de referência, nas cidades de Maputo e Matola, registaram 3.233 óbitos, dos quais pelo menos 950 foram para a vala comum. A Direcção de Serviço Municipal de Gestão de Morgues e Cemitérios do país diz que várias famílias abandonam os seus ente queridos possivelmente por falta de condições.

Há gente que morre e é enterrada como indigente nas cidades de Maputo e Matola. O problema não é recente, mas, desta vez, pirou e a Direcção de Serviço Municipal de Gestão de Morgues e Cemitérios considera que o surto da COVID-19 pode ter assustado as famílias.
A situação de centenas de cidadãos serem enterrados em valas comuns pode ter piorado devido à falta de condições para a realização de funeral condigno pelos familiares.
Dos 950 óbitos não reclamados, a maior parte é dos hospitais Central de Maputo e Geral José Macamo.
Em partes, o Hospital Geral José Macamo registou 439, segue-se o Hospital Central de Maputo com 298. Depois, aparece o Hospital Geral de Mavalane com 158, seguindo-se o Hospital Provincial da Matola com 52 óbitos. Por último, está o Hospital Geral da Machava com três mortes não reclamados.
A Directora de Serviço Municipal de Gestão de Morgues e Cemitérios, Domingas Romão, explicou que, geralmente, as morgues esperam 15 dias antes de decidirem levar os óbitos para vala comum. No entanto, em casos em que há espaço para conservar os corpos dos malogrados esperam cerca de 45 dias na morgue antes de serem enterrados na vala comum.
Segundo a dirigente, antes do enterro, há um processo de triagem dos óbitos para a vala comum, envolvendo outras entidades, nomeadamente, a Direcção dos Serviços Sociais e os responsáveis dos bairros.
Domingas Romão esclareceu, ainda, que o Conselho Municipal de Maputo está a trabalhar com uma agência funerária para evitar que mais corpos sejam enterrados em vala comum por incapacidade dos familiares para realizar um enterro condigno.

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