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Manuel de Araújo diz que não haverá salários antes da aprovação do Orçamento Rectificativo

Manuel de Araújo diz que não vai pagar os três meses salários aos 22 membros da Assembleia Municipal se não realizarem a sessão para aprovar orçamento rectificativo. De Araújo reage assim a decisão daqueles que pretendem desencadear uma greve nas instalações do Conselho Municipal para pressionar a edilidade a pagar os ordenados.

A referida greve não chegou a acontecer por duas razões. A primeira é que os membros estavam sentados a mesma mesa com vereadores e assessores do Conselho Municipal, para pressionar Manuel de Araújo a fazer os pagamentos dos salários em causa. A outra razão que impediu a realização da greve é que um contingente policial cercou as instalações do Conselho Municipal, facto que viria a intimidar os membros da Assembleia Municipal em avançar na sua intenção.

O edil de Quelimane diz que submeteu no mês de Agosto deste ano uma proposta para aprovação do orçamento rectificativo. Todavia, a Assembleia Municipal não quer avançar com a realização de duas sessões onde uma delas visa aprovar o documento submetido. "Há duas sessões que eles não querem realizar porque não reconhecem a minha legitimidade como edil de Quelimane. Ora, como é que eles querem que eu assine cheques para o pagamento de salários" disse Manuel de Araújo sublinhando que "há duas hipóteses, ou sou legítimo e assino os cheques ou então não sou legítimo e não assino os cheques".

De araújo diz que não pode assinar os cheques, violando a Lei dado os limites orçamentais, que estão previstos por Lei enquanto não se aprovar o orçamento rectificativo.

É de Lei que até o dia 15 de Dezembro em curso o plano de actividade e orçamento para 2018 devem ser aprovados. Uma vez que as sessões para o efeito não estão marcadas e a não se realizar, o município de Quelimane não terá no próximo ano o plano de actividades e nem terá orçamentos para funcionar. "Quem sai prejudicado são os munícipes de Quelimane e por isso temos que saber diferenciar as coisas porque uma coisa são as nossas guerras políticas e a outra é o bem-estar dos munícipes e eu nunca vou tomar decisão para sacrificar os munícipes".

Manuel vai mais longe ao afirmar que a bancada do MDM, na Assembleia Municipal de Quelimane, está a ser ingrata porque quando chegou ao poder as bancadas na Assembleia Municipal estavam com dívidas. As duas bancadas, Renamo e Frelimo, nunca travaram o projecto do MDM e hoje, segundo disse o próprio MDM, está a fazer diferente prejudicando o bom andamento do Conselho Municipal de Quelimane.

"Eu hoje não tenho dinheiro para comprar combustível. Para ter combustível tenho que ir pedir dinheiro aos empresários porque se eu tirar dinheiro do município vou ultrapassar os limites orçamentais".

Membros da Frelimo e MDM dizem que Araújo é desumano

Os membros da Assembleia Municipal de Quelimane dizem que Manuel de Araújo é desumano, e que apenas lhe falta vontade para pagar salários aos membros daquele órgão deliberativo. O chefe da bancada da Frelimo, Rijone Bombino, diz que o pagamento de salários dos membros não depende do orçamento rectificativo.

"Condicionar o pagamento dos salários porque não foi aprovado o orçamento rectificativo, estamos a dizer que os membros da Assembleia não recebem através do orçamento rectificativo, mas sim de receitas próprias do Conselho Municipal. Alias, havendo défice de salário não podiam os funcionários e o próprio edil receberem salário", disse.

Já o Presidente da Assembleia Municipal, Domingos Albuquerque, diz que Manuel de Araújo está a prejudicar famílias sob olhar impávido do governo e a tutela administrativa, que estão a assistir sem mover qualquer acção para forçar o pagamento de salários em causa.

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