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Mali rompe acordos militares com França e União Europeia

Foto: DW

A junta militar no poder anunciou que não quer continuar a cooperar com os parceiros europeus, devido a “violações flagrantes da soberania do Mali”. A decisão é aplaudida por apoiantes de uma maior aproximação à Rússia.

As forças militares do Mali parecerem estar dispostas a afastar-se de vez do Ocidente e a oficializar a Rússia como novo parceiro principal, segundo escreve a DW.

Numa declaração feita na televisão estatal, o coronel Abdoulaye Maiga, porta-voz do Governo, anunciou que o Executivo não quer mais continuar a cooperação militar com os franceses. “Dadas as graves deficiências e violações flagrantes da soberania do Mali, o Governo decidiu denunciar o tratado de cooperação em matéria de defesa de 16 de Julho de 2014”.

Esta denúncia, para a qual também invocou múltiplas violações do espaço aéreo do Mali, concretiza uma ameaça formulada há semanas e constitui uma nova manifestação da degradação das relações entre as autoridades dominadas pelos militares e os antigos aliados do Mali no combate a milicianos.

As autoridades malianas rompem também os Acordos do Estatuto das Forças, que fixam o quadro jurídico da presença no Mali das forças francesas Barkhane e europeia Takuba, bem como em matéria de defesa concluído em 2014 entre o Mali e a França, declarou ainda o porta-voz do Governo, na televisão nacional.

“Desde há algum tempo, o Governo da República do Mali constata, com mágoa, uma deterioração profunda da cooperação militar com a França”, sublinhou Maiga, citado pela DW.

Em particular, citou a “atitude unilateral” da França durante a suspensão em Junho de 2021 das operações conjuntas entre as forças francesas e malianas, o anúncio em Fevereiro de 2022, ainda sem qualquer consulta da parte maliana, da retirada das forças Barkhane e Takuba, e as “múltiplas violações” do espaço aéreo maliano pelos aparelhos franceses, apesar da instauração pelas autoridades de uma zona de interdição aérea sobre uma vasta parte do território.

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