Pelo menos 1.700 famílias que passavam fome, no distrito de Namaacha, província de Maputo, receberam, ontem, kits de assistência alimentar composto por produtos básicos. Assim, há ainda pouco mais de 6 mil agregados que estão na insegurança alimentar naquele ponto do país.
No topo das montanhas, a vegetação verde chama atenção no distrito de Namaacha, província de Maputo. Entre elas (as montanhas), a paisagem é seca, o solo improdutivo desde 2016 que a chuva não cai o suficiente da produção agrícola, numa realidade em que 70% da população vive disto (a agricultura).
E sem precedentes, a fome instalou. Naquela província, há mais de oito mil famílias que, não poucas vezes, dormem sem comer. A situação agravou com a pandemia COVID-19 que tinham no comércio, uma das fontes de sustento.
Como que uma resposta divina, pelo menos 1.700 famílias receberam, no sábado último, kits alimentares composto por produtos básicos, tais como farinha de milho, feijão, óleo, sabão e uma bíblia para aguentar os próximos dias.
“São as famílias que, ontem (no passado), não lhes foi possível produzir nas suas machambas por diversas vicissitudes e hoje estamos aqui, de mãos dadas, para em conjunto, mostrarmos o nosso amor”, referiu o pastor Fernando Muianga, da igreja Aleluia Ministries International Mozambique.
A oferta da igreja Aleluia Ministries International Mozambique, que chegou às famílias pelas mãos do Governador da província de Maputo e da Administradora de Namaacha, é bem-vinda e os beneficiários agradecem. “Agradecemos a Deus, ao Governador e administradora que o Senhor esteja convosco”.
Na verdade, este número de famílias, não representa nem a metade das que passam fome na província de Maputo. Só, em Namaacha são mais de oito mil, ou seja, cerca de sete mil agregados familiares vão continuar na insegurança alimentar.
E o governo provincial apenas dá palpites…“Nós vamos continuar unidos a partir das bases para encontrarmos alternativas. Por exemplo, falava da mandioca, que é uma cultura tolerante à seca, temos também a matapa bem como a cacana. Então, nós vamos complementando”, propôs Júlio Parruque, Governador da província de Maputo, continuando no seu campo de ideias, recorrendo à criação de gado, afirmando que “vamos ajudar a população a combinar os alimentos e também usar os animais que tem para a sua dieta alimentar”.
Enquanto isso, a administração de Namaacha fala de um total de 2.700 famílias que estão numa situação de fome considerada grave e que o Governo distrital vai mobilizar mais recursos para garantir comida à população.
“Estamos conscientes de que este kit não é suficiente. Não se pode consumir 10kg de farinha por muito tempo, mas entendemos que é que este gesto vem acrescer aquilo que o Governo, a nível central e provincial, nos têm estado a fazer chegar que são, nesse caso, as sementes”, reconheceu Suzana Dança, administradora do distrito de Namaacha, província de Maputo.
Além de kits alimentares, houve, igualmente, a distribuição de máscaras e o reforço das medidas de prevenção do novo coronavírus.
