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Diarreia e disenteria continuam a matar no país

Foto: O País

A diarreia e a disenteria mataram 38 pessoas no país, só no primeiro trimestre deste ano. Segundo dados do Ministério da Saúde, as províncias da Zambézia, Sofala, Nampula e Niassa são as mais críticas.

A informação foi publicada esta terça-feira, pela chefe do Departamento de Saúde Ambiental, no Ministério da Saúde, Ana Thuzine, que falava no âmbito das celebrações do dia mundial de alimentos seguros, uma data que visa apelar às pessoas para o consumo de produtos alimentares e água em condições dignas.

Segundo a fonte, as instituições de saúde continuam a registar dados preocupantes de casos de doenças de origem hídrica, com principal destaque para a diarreia, cólera e disenteria, que tiveram uma ligeira subida no número de óbitos.

“Em relação à diarreia, nós tivemos cerca de 162 mil casos, no primeiro trimestre de 2021, não tendo havido uma grande alteração em 2022. Em relação à cólera, tivemos, no mesmo período, cerca de 4360 casos de cólera e zero casos em 2022”, disse Ana Thuzine.

Dados a que tivemos acesso indicam que, no primeiro trimestre de 2021, o país registou 162 942 casos de diarreia, contra 162 694 em 2022, uma descida de 248 casos. Sobre a disenteria, um outro problema causado pela ingestão de alimentos contaminados, ano passado, foram registados 26 965 casos, contra 26 449 em 2022, uma descida de 516 casos.

Sobre a Cólera, que durante anos foi causa de muitos óbitos, ano transacto, registou 4362, o que provocou 17 óbitos, contra zero caso em 2022.

Os dados avançam, ainda, que a diarreia e a disenteria, apesar da redução dos casos, mataram tanto em 2021, assim como em 2022: diarreia com 37 casos, ano passado, contra 30 em 2022, e disenteria com 1, ano passado, contra 8 neste ano.

Segundo o MISAU, a ocorrência de doenças transmitidas por água e alimentos é um grave problema em saúde pública, devido ao seu impacto negativo e significativo na sociedade, uma vez que contribui para as faltas à escola e ao trabalho, reduzindo, assim, a produtividade.

As zonas Centro e Norte do país são as que registaram mais casos de doenças transmitidas por água e alimentos contaminados, por influência da falta de higiene e inundações urbanas, o que constitui uma grande preocupação para o sector da saúde.

“As províncias com maior incidência são: Zambézia, Sofala, Nampula e Niassa. Como sabemos, choveu muito e, muitos pontos do país têm a situação de saneamento não muito adequadas, por isso apelamos para que haja intervenção para o melhoramento das condições dos locais em que os alimentos são comercializados, da forma como os produtos são transportados e até da forma como o produto é conservado no destino final”.

A nossa fonte diz que o mais importante é que se garanta a higiene, tanto do meio, bem como dos alimentos, pois, no caso das doenças hídricas, a boca é o principal caminho para a contaminação.

O chefe do Departamento de Saúde Ambiental apelou, ainda, para o envolvimento de vários sectores da sociedade, principalmente num dia em que se deve refletir em torno da segurança alimentar.

O Dia de Mundial de Alimentos Seguros foi instituído, em 2018, pela Organização Mundial da Saúde e Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, com o objectivo de sublinhar a importância da segurança dos alimentos e a necessidade de que todos tenham acesso equitativo a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente.

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