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Mais de 730 pessoas suicidaram-se este ano em Angola

Setecentas e trinta e nove pessoas suicidaram-se nos primeiros seis meses deste ano em Angola. O número é superior aos casos registados ano passado, 590, contra 651 em 2018. A informação foi divulgada, esta sexta-feira, em Luanda, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC).

Segundo escreve a Angop, a província de Luanda lidera, com 826 suicídios, segue-se a Huíla, com 118, Moxico, com 117, Lunda Sul e Benguela, com 105 e 101, respectivamente.

O director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SIC, superintendente Manuel Halaiwa, que não precisou as causas que levaram ao suicídio nem as idades, avançou, porém, que neste momento peritos deste órgão afecto ao Ministério do Interior (Minint) estão empenhados a apurar dados precisos que reflictam as reais causas e as percentagens por sexo e idade.

“Estamos a trabalhar neste sentido. Em alguns casos, os familiares solicitam as autoridades para não divulgarem as causas, enquanto em outras deixam algum sinal e na maior parte dos casos recolhemos os cadáveres sem qualquer tipo de sinal que determinam o porque”, disse Halaiw, de acordo com Angop.

A propósito, o padre da Igreja Católica, Samuel Jamba,  sublinhou a necessidade de as pessoas não enveredar pela prática do suicídio como forma de resolver os diferendos ou dificuldades encontradas no quotidiano. “Deus sempre encontra um caminho seguro para se ultrapassar os problemas”.

Ao falar sobre a problemática do suicídio em Angola, a psicóloga criminal Suzana da Conceição Tumba apontou a depressão, os transtornos bipolar, personalidade, associado a abuso de álcool, esquizofrenia e outras drogas como principais factores de risco.
Acrescentou, escreve a Angop, que por cada suicídio existem  10 tentativas em diferentes faixas etárias.

Por seu turno, o sociólogo Abel Chico adianta que o conflito militar em Angola não só devastou o país em termos físicos, mas, acima de tudo, afectou o sentido de confiança básica das pessoas e gerou traumas e perturbações até aqui não avaliadas na medida certa.

 

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