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Mais de 70% do capital social dos bancos detido por estrangeiros

A existência de grupos financeiros estrangeiros contribui, por um lado, para o aumento da concorrência, diversidade e disponibilidade de produtos financeiros, e por outro, para o desenvolvimento da indústria em termos de tecnologia, segundo o governador do Banco de Moçambique.

Entretanto, Rogério Zandamela diz que é preciso maior supervisão desse fluxo de capitais estrangeiros na banca, considerando ser por isso “inevitável” a discussão em torno da supervisão transfronteiriça.

“No quadro legal moçambicano, a supervisão transfronteiriça é uma realidade que consiste no estabelecimento de memorandos de entendimento, participação nos colégios de supervisores e inspecções conjuntas com outros bancos centrais”, indicou o governador do Banco Central.

Contudo, apesar da “invasão estrangeira” de grupos financeiros estrangeiros na banca moçambicana, Zandamela afirma que o sistema financeiro continua sólido e robusto, contribuindo com cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Essa robustez deveu-se a uma série de reformas de políticas monetárias levadas a cabo pelo Banco de Moçambique desde 2017. Com este forcing, a inflação recuou drasticamente ao situar-se abaixo de 5% nos últimos oito meses de 2018, as reservas internacionais recuperam para cerca de sete meses de cobertura de importações e a taxa de câmbio do Metical em relação ao dólar norte-americano estabilizou em torno de 60 meticais.

Mercê das medidas de política monetária, o homem forte do Banco Central refere que a “economia está cada vez mais diversificada”, embora ainda abaixo do seu real potencial, tendo o Produto Interno Bruto registado uma taxa de crescimento de 3,4 por cento só nos primeiros seis meses de 2018.

Este retorno da recuperação da economia moçambicana, surge após um período conturbado de recessão entre 2014 e 2016, na sequência do escândalo da dívida pública que empurraram o país para o buraco.

Estes dados foram partilhados por ocasião da abertura do quinto encontro de supervisão dos bancos centrais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre desde esta quarta-feira, na capital moçambicana, Maputo.

 

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