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Mais de 1500 hectares de mudas para florestas serão plantados na Zambézia

A iniciativa faz parte do Projecto de Investimento Florestal de Moçambique (MozFIP), orçado em cerca de 47 milhões de dólares, financiados pelo Banco Mundial e implementado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS).

Pretende-se com a iniciativa, plantar mais de 1500 hectares de mudas para florestas comerciais na Zambézia até meados de 2021, segundo informação revelada, no sábado, pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável.

A cerimónia de lançamento da campanha de plantio florestal 2020/21, no âmbito do Esquema de Fomento Florestal, teve lugar no distrito de Milange. O projecto plantou, nas campanhas passadas, cerca de 500 hectares de mudas.

O objectivo é completar três mil hectares de florestas comerciais, dos quais 500 de espécies nativas para a restauração até o ano 2022. De cordo com Faruk Tavares, assistente de Florestas e Recursos Naturais do Projecto MozFIP no FNDS, pretende-se melhorar a indústria florestal nacional e o clima.

Florestas comerciais são criadas, geralmente, com espécies exóticas, como eucaliptos, pinheiros, acácias, entre outras, enquanto, a restauração é feita com espécies nativas como umbila, jambirre e chanfuta, que abundam no país.

Tavares recordou que Moçambique perde, anualmente, cerca de 213 mil hectares de florestas devido a vários factores, entre eles, queimadas descontroladas, agricultura itinerante, entre outros.

A província da Zambézia, em particular, tem sido uma das grandes vítimas do problema. É por isso que, nesta primeira fase da implementação do projecto, o foco é recuperar a cobertura florestal em pelo menos nove distritos.

COMO É QUE O ESQUEMA FUNCIONA?

O Esquema de Fomento Florestal paga um subsídio em dinheiro por cada hectare plantado, ou seja, o beneficiário entra com a sua área, que, no mínimo, deve ser de 5 hectares e com possibilidade de alargar para pelo menos 20. Faz o investimento inicial para o estabelecimento da plantação, sobretudo, no que diz respeito à preparação dos campos e uma equipa do Provedor de Serviço contratada pelo Governo garante a assistência técnica e alguns meses depois do plantio, faz-se uma avaliação do desempenho de cada área plantada.

Se, por exemplo, um beneficiário tiver uma taxa de sobrevivência das plantas acima de 80 por cento, este recebe um subsídio de 47 mil meticais por cada hectare plantado, sendo que esse valor é dividido em três partes, onde, 50 por cento do valor é desembolsado no primeiro pagamento e os outros dois pagamentos são feitos em parcelas de 25 por cento cada. O valor serve para ajudar os agricultores na manutenção da plantação.

Na Zambézia, o projecto conta com perto de 100 beneficiários, entre eles, grupos associados, instituições de ensino, empresas privadas e singulares. Neste momento, o projecto abrange os distritos de Milange, Maganja da Costa, Mocuba, Íle, Namarroi, Gurue e Alto Molócuè, Pebane, Mocubela e Mulevala.

Milange faz parte dos quatro distritos que acabam de ser abrangidos pelo Projecto. “É um grande ganho para nós como distrito. Gostaria de apelar aos beneficiários para capitalizarem a iniciativa”, disse a Secretária Permanente do distrito, Rosa Savaio, que falava em representação do governo local.

Ferrão Graciano é um dos primeiros beneficiários a entrar no Esquema de Fomento Florestal. Na presente campanha, diz que vai plantar 53 hectares de eucalipto, com o objetivo de venda de postes de energia electrica.

“É triste ver empresas terem que recorrer ao estrangeiro sempre que precisam de postes de madeira. Uma das empresas de telefonia móvel que opera no distrito teve que ir ao Zimbabwe comprar postes, quando podia muito bem comprar localmente. Penso que o projecto veio a calhar”, disse Graciano.

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