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Mais da metade das PME moçambicanas está longe da transformação digital, diz estudo

Cerca de 58% das pequenas e médias empresas (PME), localizadas nas três principais capitais provinciais do país – Maputo, Beira e Nampula –, ainda não iniciaram o processo de transformação digital, revela um estudo tornado público, hoje, pela PHC Softwere.

A pesquisa foi realizada pela Intercampus, uma empresa especializada na recolha de informação, e tornado pública pela PHC Softwere. Consta do relatório que grande parte das PME nacionais tem falta de formação digital e carece de recursos humanos capacitados.

A pesquisa, que envolveu 150 PME localizadas nas principais capitais provinciais – Maputo, Beira e Nampula –, conclui que 58% das destas instituições ainda não iniciaram o processo de transformação digital.

“Quanto ao processo de digitalização dos seus negócios, podemos constatar que a maioria (79,3%) não tem nenhuma estratégia delineada, mas já pensou no tema, o que demonstra que a digitalização das empresas está cada vez mais presente na mente dos empresários moçambicanos”, lê-se no documento.  

Este atraso no processo de digitalização é, de acordo com a observação, motivado pelas limitações económicas e financeiras, tendo em conta que 71,3% das empresas abrangidas pela pesquisa têm níveis de facturação anual situados entre os 1.2 milhões e 10 milhões de Meticais.

“As empresas, que estão abrangidas pela obrigação legal das máquinas fiscais, são as que se encontram com um intervalo de facturação entre os 1.2 milhões e os 10 milhões de Meticais. Destas, 75,7% não ouviram falar nesta obrigação legal ou não têm informação suficiente e apenas 24.3% das firmas afirmam ter conhecimento.”

No intervalo de facturação, a pesquisa explica que se encontra a maioria das empresas que ainda não iniciou o processo de digitalização do seu negócio. Entretanto, 76% delas não vendem on-line e apenas 24% aderiram à modalidade.

“Dos inquiridos que vendem on-line, 66,7% referem que o e-commerce tem um peso de até 25% da sua facturação e 33,3% referem que o e-commercerepresenta mais de 25% da sua facturação”, detalha o documento.

Com a eclosão da pandemia da COVID-19, no que diz respeito à actividade comercial, muitas empresas tiveram de se reinventar para continuar no mercado, modificando os seus canais de venda e os seus modelos de negócio.

Neste contexto, o estudo concluiu que apenas 34% das empresas moçambicanas investiram em tecnologias durante os dois últimos anos, devido à pandemia da COVID-19.

“Quando questionados sobre a implementação do teletrabalho durante o confinamento, pudemos constatar que 61,3% das 150 empresas inquiridas não implementaram a solução durante o confinamento, apesar de ser uma realidade cada vez mais evidente”, avança o estudo.

A análise indica, ainda, que a aposta nos softwares de gestão tem sido um forte aliado das empresas no cumprimento dos deveres fiscais, ajudando-as a exercer boas práticas e a satisfazer as exigências legais e tributárias, particularmente as impostas pelas máquinas fiscais,apesar de as pequenas e médias empresas que estão abrangidas por esta obrigatoriedade fiscal afirmarem não conhecer a norma.

“A escolha de um software de gestão traz dificuldades acrescidas, das quais a adaptação, saber se é adequado às necessidades da empresa é, sem dúvida, a mais frequentemente destacada pelos inquiridos (42%), o que se relaciona com a falta de literacia na área.”

Por outro lado, 77% das 150 empresas não utilizam software de gestão por desconhecimento, 17% devido ao custo inerente do processo de digitalização e 6% porque os programas informáticos oferecem aquilo de que supostamente precisam.

Assim, o estudo diz que as empresas nacionais têm uma necessidade de integração neste ecossistema que se caracteriza pelo seu dinamismo, de forma a permanecerem competitivas e rentáveis e devem aplicar o pensamento digital em todos os seus processos, tanto internos como externos.

Refira-se que os softwares de gestão empresarial são ferramentas essenciais no processo de digitalização das empresas, permitindo criar um ecossistema no qual os colaboradores têm uma melhor experiência de trabalho e os clientes têm melhores produtos. Fomentam, também, um maior rigor e transparência nas organizações, factores fundamentais nas diferentes áreas de investimento.

 

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