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Líder dos protestos propõe seis meses de transição na Argélia

O principal líder dos protestos na Argélia disse, ontem, que o país precisa de seis meses para organizar eleições livres e sugeriu que o antigo ministro respeitado por manifestantes e islamitas liderasse o governo de transição.

A sugestão de Seif Islam Benatia sobre o governo de transição a ser liderado por Ahmed Taleb Ibrahimi, antigo ministro conservador de 87 anos, com papel fundamental nestes protestos, ocorre um dia depois de centenas de milhares de manifestantes terem marchado pacificamente, exigindo a saída da elite no poder.

Benatia disse no encontro dos activistas e académicos que nem o presidente interino Abdelkader Bensalah nem o Primeiro-Ministro, Nouredine Bedoui, nomeado por Bouteflika, são idóneos para liderar o governo de transição, pois eles são parte da elite.

O principal líder dos protestos sugeriu um período de transição de seis meses que se mostra maior do que os 90 dias previstos pela constituição.
“Definitivamente, o presidente interino e o primeiro-ministro devem deixar o poder”, disse Seif Islam, um dentista de 31 anos.

Ibrahimi, filho de um prominente pregador islâmico, Bachir Ibrahimi, serviu sob mandato de dois presidentes, como ministro de negócios estrangeiros. Ele não foi permitido sob governação de Bouteflika registar o seu próprio partido, uma situação que o faz ser visto como diferente da elite no poder.

“Taleb Ibrahimi está pronto a ajudar-nos para nova era”, disse, acrescentando que manteve encontro com ele. “Taleb não vai ser um candidato nas eleições presidenciais. Ele é competente, honesto e confiável”.

A Reuters não obteve comentário imediato de Ibrahimi.

Bouteflika deixou o poder este mês, cedendo à pressão dos militares e dos manifestantes que procuram mudanças e melhorias de vida.
Os protestos têm continuado, pois os manifestantes rejeitam a nomeação de Bensalah como presidente interno para liderar o governo durante 90 dias até a realização de eleições no dia 4 de Julho. Bouteflika que estava no poder há 20 anos foi forçado a resignar-se pelo chefe do exército.

 

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