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Julgamento do “Caso Manish Cantilal” adiado após advogados abandonarem clientes em tribunal

Foi adiado para 15 de Fevereiro o arranque do julgamento sobre o rapto do empresário Manish Cantilal. A decisão foi tomada devido a ausência dos advogados dos três arguidos, que apontaram o atraso para o início da sessão, como a causa.

A sétima secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM) tinha agendado para esta segunda-feira o arranque do julgamento de três arguidos acusados de participação no rapto de Manish Cantilal, em Fevereiro do ano passado.

A decisão de Efigénio Baptista, juiz que julga o caso, foi tomada devido à ausência da defesa dos arguidos.

“O julgamento foi marcado para às 10h00 e não para as 8. E os advogados dos réus permaneceram nas instalações do tribunal, das 10 até as 11h30, conforme o requerimento. Depois disso abandonaram o tribunal. Foram-se embora. Eu entendo que isso não é normal, para os advogados, todos em conjunto, fazerem o requerimento, justificando que a viatura que leva os arguidos demorou”, lamentou Baptista

O juiz revelou ainda que a defesa dos três arguidos pediu a transferência do caso para um outro tribunal. “O País” apurou que esse tribunal é o judicial da província de Maputo, onde os causídicos querem que o caso seja julgado.

“Mas é aqui na cidade de Maputo onde o rapto ocorreu. Na avenida Ho-Chi-Min. E o caso foi depositado nesta secção [7ª]”, justificou o juiz Baptista, que revelou ter sido considerada improcedente a pretensão dos defensores.
Dos três acusados de participação no crime contra Manish Cantilal, duas são mulheres.
O empresário tinha sido raptado em Fevereiro do ano passado, sendo que o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) resgatou Cantilal em Maio, 92 dias depois de ter estado no cativeiro.

No dia do resgate, Cantilal narrou os maus-tratos que sofreu, apontando que foi “amarrado na boca, pescoço e membros, depois mergulhado por várias vezes num recipiente contendo água”. Um martírio que viveu nos mais de três meses.

Espera-se que o julgamento dos acusados pelo crime esclareça questões sobre possível existência de mandantes, bem como a dimensão das redes criminosas.

Os crimes de rapto em Maputo eclodiram entre 2012 e 2013, sendo que as autoridades de justiça lutam contra esta forma de criminalidade, há muito considerada “organizada”.

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