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Inundações em Sofala: afectados recebem cloro para evitar diarreias

Foto: O País

Gradualmente a vida tende a voltar à normalidade nos locais onde as águas das intensas chuvas tinham inundado. O nível das águas continua a baixar, mas vão, certamente, surgir problemas de saúde, tendo em conta que as águas das chuvas misturaram-se com águas negras, e, infelizmente, é a mesma que está sendo consumida em alguns bairros, como na Praia Nova.

Ciente disso, o sector de Saúde iniciou, hoje, a distribuição e sensibilização de como usar o cloro, em nos bairros mais afectados pelo mau tempo, para evitar a eclosão e propagação de doenças de origens hídricas.

“Durante três a cinco dias e em alguns casos até hoje, as águas dos poços nas zonas inundadas, que, normalmente, têm sido os tradicionais, ficaram misturados com as águas das latrinas e casas de banho, pois são áreas sem saneamento adequado. Portanto estas águas estão contaminadas e a população como não tem outro recurso, está a consumi-la, facto que irá contribuir para o surgimento de doenças diarreicas”, explicou Fino Massalambane, director Provincial da Saúde em Sofala.

O representante da Saúde acrescentou ainda que “as doenças de origem hídrica são frequentes em Sofala. Nas últimas quatro semanas, registamos cerca de 5300 casos, contra perto de 7.500 do ano passado. As intensas chuvas vão, certamente, contribuir para o surgimento de novos casos. A solução imediata passa por sensibilizar os afectados a usarem cloro ou a ferverem água. Ferver água fica muito oneroso para famílias sem posses financeiras, daí a nossa aposta na distribuição de cloro e sensibilizar os munícipes sobre outros cuidados a terem para evitar a cólera”.

Nesta semana, iniciou a distribuição de redes mosquiteiras nos mesmos bairros, pois os casos actuais da malária são preocupantes, c erca de 73 mil entre Fevereiro e Março. No ano passado, no mesmo período, foram contabilizados menos 18 mil casos da doença.

Ainda sobre as inundações em Sofala, recorde-se que para além das duas mortes causadas por afogamento, uma na cidade da Beira e outra em Mafambisse, o timoneiro de Sofala anunciou que em sete escolas, três delas onde estão abrigadas 341 famílias, vítimas das inundações, não haverá aulas por algum tempo, ou seja, até que as condições estejam criadas para que as pessoas retornem às zonas de origem.

Outros dados preliminares fornecidos pelo INGD indicam que 1350 casas foram parcialmente destruídas e outras três mil estão inundadas. Uma unidade sanitária foi, igualmente, inundada e cerca de 400 hectares de cultura de arroz foram afectados. O Nível das águas continua a baixar e os afectados já equacionam regressar às suas casas.

O INGD garantiu que está a monitorar a situação para garantir que as famílias, que se encontram nos centros transitórios, nas referidas três escolas, regressem de forma segura as suas origens.

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