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A cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) arranca nesta semana na Coreia do Sul, com as atenções focadas no encontro entre Donald Trump e Xi Jinping e nos esforços para travar uma nova escalada comercial entre Washington e Pequim. O encontro entre os Presidentes dos Estados Unidos e da China está previsto para quinta-feira, à margem da cimeira que vai decorrer em Gyeongju, Coreia do Sul.

Donald Trump chegou a deixar em dúvida a realização deste encontro, num contexto de tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, mas afinal irá acontecer, e será o primeiro a nível bilateral desde 2019.

Washington e Pequim voltaram a trocar tarifas punitivas e medidas de controlo às exportações nos últimos meses, alimentando receios de uma nova vaga de tensão entre as duas maiores economias do mundo.

A Casa Branca (presidência norte-americana) impôs taxas sobre bens chineses e limitou as exportações de semicondutores, enquanto Pequim retaliou com taxas e anunciou amplas restrições à exportação de metais raros.

Nas vésperas do encontro, os dois países chegaram a um entendimento preliminar em áreas como comércio agrícola, terras raras, fentanil, a aplicação de tarifas e o futuro da aplicação TikTok, de origem chinesa.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, descreveu as conversações como “construtivas, profundas e com alcance alargado”.

Disse também que os dois lados estabeleceram uma “base muito positiva” para o encontro entre os chefes de Estado.

A delegação chinesa, liderada pelo vice-primeiro-ministro He Lifeng e pelo negociador comercial Li Chenggang, descreveu o diálogo com Bessent e o representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, como “franco, profundo e construtivo”, segundo um comunicado do Ministério do Comércio da China.

A guerra comercial entre China e Estados Unidos remonta a Janeiro de 2018, quando durante o seu primeiro mandato presidencial, Donald Trump começou a impor tarifas e outras barreiras comerciais à China com o objectivo de forçar Pequim a alterar práticas comerciais consideradas desleais por Washington e reequilibrar a balança comercial.

O regresso de Trump à Casa Branca no início deste ano resultou numa rápida escalada das disputas, com a imposição de tarifas significativas por ambas as partes.

Em Março passado, os Estados Unidos estabeleceram uma tarifa de 145% sobre produtos chineses, enquanto a China respondeu com uma tarifa de 125% sobre produtos norte-americanos.

Os dois países adoptaram então uma trégua e reduziram parcialmente as taxas, visando encetar negociações que duram há meses.

Durante as últimas negociações, a China terá concordado em adiar por um ano a entrada em vigor de algumas das suas novas licenças de exportação de terras raras e em reavaliar o regime.

A administração Trump, por sua vez, sinalizou o prolongamento da actual trégua tarifária, que expira a 10 de Novembro.

Os Estados Unidos indicaram que nas negociações que antecederam o encontro entre Trump e Xi a China concordou em retomar compras “substanciais” de soja norte-americana, após ter praticamente suspendido as importações este ano.

O sector agrícola, especialmente os produtores de soja, representa uma das bases eleitorais de Trump.

Em paralelo, Washington e Pequim anunciaram que chegaram a um acordo final sobre a estrutura accionista do TikTok. Trata-se do único resultado concreto das negociações realizadas no mês passado, em Madrid.

Entretanto, Trump tem aproveitado a sua primeira visita à Ásia desde o regresso à Casa Branca para reforçar alianças e lançar novas parcerias comerciais.

Na Malásia, presidiu à assinatura de acordos com Phnom Penh e Banguecoque e reivindicou ter intermediado um cessar-fogo entre Camboja e Tailândia, após confrontos fronteiriços ocorridos no verão.

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, afirmou hoje que o mundo está a caminhar para uma “ordem multipolar” e apelou ao fim das guerras comerciais, dias antes do encontro entre Xi Jinping e Donald Trump.

Durante um fórum realizado em Pequim, Wang criticou “a politização das questões económicas e comerciais, a fragmentação artificial dos mercados globais e o recurso a guerras comerciais e batalhas tarifárias”, numa referência velada ao protecionismo dos Estados Unidos.

“O sentido da História não pode ser revertido e um mundo multipolar está a emergir”, afirmou o diplomata, que alertou ainda contra a “retirada frequente de acordos, a inversão de compromissos e a formação entusiástica de blocos e alianças”, ações que, segundo disse, colocam o multilateralismo sob “desafios sem precedentes”.

As declarações surgem na véspera da chegada do líder norte-americano, Donald Trump, à Coreia do Sul, onde está agendada para quinta-feira uma reunião com o homólogo chinês, Xi Jinping, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), na cidade de Gyeongju.

O antigo Presidente dos EUA, que regressou ao poder em Janeiro de 2024, manifestou optimismo quanto à possibilidade de alcançar um “bom acordo” com a China, após meses de tensão comercial renovada entre as duas maiores economias do mundo.

No domingo, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que os dois líderes deverão validar um compromisso em torno das exportações chinesas de terras raras e da compra de soja norte-americana por Pequim.

O representante chinês para o Comércio Internacional, Li Chenggang, garantiu que os dois países alcançaram um “consenso preliminar”. Está actualmente em vigor uma trégua tarifária entre os dois lados, que expira a 10 de Novembro.

Pelo menos 14 pessoas morreram na sequência de um naufrágio ao largo da Turquia, quando tentavam atravessar o mar Egeu, a bordo de um barco. Segundo a imprensa turca, duas pessoas sobreviveram. 

O naufrágio ocorreu esta sexta-feira perto de Bodrum, no sudoeste da Turquia, causando a morte de 14 pessoas. 

Inicialmente, foram anunciadas sete mortes, mas nas últimas horas o número duplicou. Segundo a imprensa turca, estão em curso operações de busca e resgate dos corpos, e há registo de dois sobreviventes. 

A popular estância balnear de Bodrum está localizada a menos de cinco quilómetros de várias ilhas gregas, incluindo um dos pontos de entrada da União Europeia através do mar Egeu, que faz parte do mar Mediterrâneo, situado entre a Grécia e a Turquia.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), quase 1 400 migrantes desapareceram ou morreram no Mediterrâneo em 2025 corrente.

A Grécia é uma das principais portas de entrada para a União Europeia, especialmente para migrantes e refugiados que chegam por mar.

O Tribunal Superior de Gauteng emitiu uma ordem ao ex-presidente da África do Sul, Jacob Zuma, para que devolva aproximadamente 29 milhões de rands que foram pagos pelo Estado ao longo dos anos em processos judiciais privados.

O antigo presidente sul-africano tem um prazo de sessenta dias para realizar a devolução do montante estipulado. Caso não cumpra com a determinação do Tribunal, este emitirá um mandado de execução que permitirá o arresto e a venda dos bens móveis e imóveis do ex-presidente, como forma de saldar a dívida judicial.

Além disso, o Tribunal esclareceu que, se necessário, a execução poderá abranger parte ou a totalidade da pensão presidencial que Jacob Zuma actualmente recebe. 

O Tribunal Superior de Gauteng decidiu também que o Ministério Público sul-africano deverá apresentar trimestralmente um relatório sobre os esforços envidados para a recuperação dos 29 milhões de rands, garantindo assim a transparência e o acompanhamento da situação.

A União Europeia fechou um acordo político para adopção do 19.º pacote de sanções contra a Rússia, para privar o Kremlin de receitas para a sua economia de guerra, através da exportação de gás natural liquefeito.

Um dia depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter imposto pela primeira vez sanções à Rússia devido à guerra na Ucrânia, a União Europeia adoptou o 19º pacote de sanções contra Moscovo.

Este novo pacote de sanções contra a Rússia inclui o bloqueio total das importações de Gás Natural Liquefeito russo a partir de 1 de Janeiro de 2027, restrições financeiras que impeçam transações com bancos russos e instituições em países terceiros e ainda medidas contra os sistemas de pagamento russos.

Segundo a Chefe da diplomacia da UE, a União Europeia está também a restringir os movimentos de diplomatas russos para combater as tentativas de desestabilização. 

O pacote visa também a “frota fantasma” russa – que já conta com mais de 118 navios sancionados – e impõe limites à exportação de tecnologias sensíveis, como inteligência artificial, dados geoespaciais e componentes metálicos críticos.

Além disso, empresas da China, da Índia e de outros países que apoiem a indústria militar russa também foram incluídas nas sanções.

O Presidente Ucraniano comemorou a decisão, que acredita ser crucial para pressionar Putin a pôr fim à guerra 

Os eleitores da Costa do Marfim escolhem no sábado o Presidente da República, sendo que a corrida presidencial foi marcada por contestações, desinformação, exclusão dos principais opositores e receio de uma nova agitação pós-eleitoral.

Das 60 candidaturas à corrida presidencial, somente cinco – incluindo a do actual Presidente, Alassane Ouattara -, foram aceites pelo Conselho Constitucional, segundo a lista definitiva publicada pelo órgão em 08 de Setembro.

Alassane Ouattara, de 83 anos, assumiu o cargo em 2011, na sequência do conflito pós-eleitoral de 2010-2011. Este conflito, que resultou em mais 3.000 mortos e deixou o país à beira de uma guerra civil, ocorreu após o principal opositor e ex-Presidente, Laurent Gbagbo, se ter recusado a aceitar a derrota eleitoral, culminando na sua captura e na da sua mulher, Simone Gbagbo.

Os principais candidatos da oposição, Laurent Gbagbo e Tidjane Thiam, foram excluídos da corrida presidencial, sendo as suas candidaturas rejeitadas pelo Conselho Constitucional. O primeiro devido a uma condenação judicial ocorrida em 2018 e o segundo por questões de nacionalidade.

Esta decisão reforça a probabilidade do actual chefe de Estado ganhar as eleições.

O Presidente marfinense, da União dos Houphouëtistas pela Democracia e a Paz (RHDP), originalmente limitado a dois mandatos, procura ser reeleito, sendo que os dois principais partidos da oposição protestam contra o quarto mandato do Chefe de Estado e consideram-o inconstitucional.

A actual lei da Costa do Marfim prevê um máximo de dois mandatos, mas o Conselho Constitucional considerou em 2020 que a adoção de uma nova Constituição quatro anos antes tinha reposto o contador dos mandatos presidenciais a zero.

Nesta eleição presidencial, o chefe de Estado enfrentará os ex-ministros Jean-Louis Billon e Ahoua Don Mello, bem como a ex-primeira-dama Simone Ehivet Gbagbo, do Movimento das Gerações Capazes (MGC), e Henriette Lagou, que também foi candidata em 2015, do partido Renovação para a Paz e a Concórdia (RPC-PAIX).

Uma operação conjunta da Interpol e da Afripol resultou na detenção de 83 pessoas em seis países africanos, revelando centenas de suspeitos de envolvimento no financiamento e apoio ao terrorismo.

A acção, batizada de Operação Catalyst, decorreu entre Julho e Setembro de 2025 e marcou o primeiro esforço coordenado no continente para desmantelar redes financeiras ligadas a atividades terroristas. Participaram autoridades de Angola, Camarões, Quênia, Namíbia, Nigéria e Sudão do Sul.

Durante a operação, foram identificados cerca de 260 milhões de dólares em dinheiro e criptomoedas supostamente associados a crimes de natureza terrorista.

A Interpol informou que a Operação Catalyst expôs uma crescente interligação entre o financiamento do terrorismo e outros tipos de crimes, como fraudes online, esquemas Ponzi e lavagem de dinheiro.

Dos detidos, 21 enfrentam acusações diretamente relacionadas ao terrorismo, 28 por fraude e lavagem de dinheiro, 16 por golpes cibernéticos e 18 pelo uso ilegal de moedas virtuais. No total, mais de 15.000 pessoas e entidades foram investigadas, levando à identificação de 160 novos suspeitos.

Em Angola, as autoridades prenderam 25 suspeitos de várias nacionalidades, envolvidos em sistemas ilegais de transferência de dinheiro ligados ao terrorismo e à lavagem de capitais. Foram apreendidos US$ 588 mil, além de 100 telefones, 40 computadores e o bloqueio de 60 contas bancárias.

No Quénia, investigadores desmantelaram uma suposta rede de lavagem de dinheiro avaliada em US$ 430 mil, operada através de um provedor de serviços de ativos virtuais. Dois suspeitos foram detidos. Em outro caso, mais dois indivíduos foram presos por recrutar jovens do Leste e Norte da África para grupos terroristas, com fundos rastreados via uma plataforma de criptomoedas na Tanzânia.

Na Nigéria, 11 suspeitos de terrorismo, entre eles membros de destaque de diferentes grupos, foram detidos.

A investigação também revelou um grande esquema Ponzi baseado em criptomoedas, que se fazia passar por uma plataforma de investimentos. O golpe afetou 17 países, incluindo Camarões, Quênia e Nigéria, e enganou mais de 100 mil pessoas em todo o mundo, gerando perdas estimadas em US$ 562 milhões. Parte desses fundos teria sido usada para financiar atividades terroristas.

O Banco Mundial estimou nesta terça-feira, que a reconstrução da Síria pode custar mais de 216 mil milhões de dólares, após 13 anos de guerra civil que causou várias mortes e destruição de infra-estruturas. 

A reconstrução da Síria afectada pela Guerra civil de 13 anos é um dos principais desafios enfrentados pelos novos líderes islamitas da Síria, que tomaram o poder em Dezembro de 2024 após a deposição de Bashar al-Assad.

Segundo o relatório do Banco Mundial, nesta terça-feira, os mais de 216 milhões de dólares necessários para reconstrução do país,   são dez vezes maiores que o PIB do país previsto para 2026.

O novo governo interino, que assumiu o poder após a queda de Bashar al-Assad, tenta atrair investimentos para reconstruir o país, através de acordos de apoio com Arábia Saudita, Catar e Turquia.

A economia síria reduziu mais de 50% desde 2010, segundo o Banco Mundial, que mostrou-se  pronto para ajudar na recuperação da Síria, mas alertou que o caminho será longo e depende de apoio internacional consistente.

Nicolas Sarkozy torna-se, esta terça-feira, no primeiro ex-presidente a tornar-se presidiário. À porta do estabelecimento prisional de Paris estão dezenas de pessoas para lhe prestar apoio.

Nicolas Sarkozy começa, nesta terça-feira, a cumprir pena por associação criminosa. O ex-presidente francês saiu há momentos de casa e deverá dar entrada na manhã desta terça-feira, dia 21 de outubro, na prisão de Santé, em Paris.

O antigo governante irá cumprir pena numa cela especial, que possui cozinha, duche e acesso a um telefone.

Sarkozy foi condenado por conspiração criminosa na tentativa de utilizar dinheiro líbio para financiar a sua campanha eleitoral de 2007.

Em declarações, hoje, à BFMTV, o seu pai, Guillaume Sarkozy, disse estar “convencido da sua inocência” e igualmente “orgulhoso por entrar na prisão de cabeça erguida”.

Imagens registadas esta manhã no local mostram o aparato que se encontrava junto à sua residência. Aqui, reuniram-se muitas pessoas para prestar apoio ao antigo governante, entre eles o seu antigo assessor Henri Guaino.

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