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Instituto agrário desembolsa 50 mil MT para “travar” desmaios

Sete alunos que frequentam diversos cursos técnico-profissionais do ramo agro-pecuário desmaiaram na manhã de hoje, no Instituto Agrário do Chimoio (IAC).
O fenómeno que vem se arrastando desde o início do ano lectivo obrigou a Direcção daquele instituto a desembolsar cerca de 50 mil meticais para realização de um ritual para estancar a onda de desmaios.

A nossa reportagem testemunhou o momento em que uma das alunas que teve crise de desmaios era levada pelos colegas para a sua camarata, numa tentativa de a reanimar.

Isaías Chapanga, director do Internato, disse que face ao fenómeno, a Direcção não viu alternativa senão recorrer a uma cerimónia tradicional para estancar a onda de desmaios que deixavam vezes sem conta, alunos sem assistirem aulas, colocando em causa o processo de ensino e aprendizagem.

“Gastamos 10 mil meticais em dinheiro e mais duas cabeças de gado bovino para fazer face à cerimónia. No total, gastou-se aqui perto de 45 mil meticais”, frisou Chipanda, que acredita no estancamento dos desmaios colectivos que preocupam aquele estabelecimento de ensino.

A Rainha Nhauranga foi convidada a encabeçar os rituais. Da sua lista de requisitos constam duas cabeças, bebida de fabrico caseiro conhecida localmente por “dhoro”, vinho, gado bovino e 10 mil meticais em dinheiro.

“Os espíritos dos meus antepassados revelaram-me que para o problema de desmaios conhecer seu fim definitivo aqui, deviam dar duas cabeças de bois, sendo uma que eu devo levar à casa, uma que deve se consumir aqui com todos alunos e direcção da escola, quatro tambores de bebida “dhoro” e fazermos uma pequena cerimónia com vinho e parte do animal abatido para o consumo aqui”, referiu a Rainha Nhauranga.

Refira-se que este foi um dos raros casos em que uma instituição do Estado adere a rituais tradicionais para resolver a um problema de desmaio em série de alunos.

 

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