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Indústria do caju vai render mais dinheiro para o Estado em 2018

O Instituto de Fomento do Caju (INCAJU) prevê para este ano, uma arrecadação de receitas superior aos cerca de 109 milhões de dólares norte-americanos encaixados em 2017. A receita estará próxima dos USD 120 milhões.

Este desejo é sustentado pela melhoria de preços no mercado desta cultura de rendimento ao longo da presente campanha, relativamente a safra anterior, indica o INCAJU.

No mercado doméstico, por exemplo, o preço médio ronda os 63,87 meticais por quilograma, contra 54,71 meticais/ kg registado em 2017.

Até ao momento o sector já comercializou pouco mais de 124,6 mil toneladas de castanha de caju, estando a 16% da meta anual. Quase todas províncias produtoras já concluíram o processo de vendas da sua produção, excepto Gaza, Inhambane e Manica.

O plano é comercializar cerca de 150 mil toneladas de castanha de caju neste 2018, mais 11 mil toneladas que as vendas alcançadas no ano anterior, desempenho que irá reflectir-se positivamente nas receitas, indica o INCAJU.

Do volume já vendido, desde a segunda quinzena de Outubro do ano passado (período do arran-que da campanha de comercialização do caju), a província nortenha de Nampula absorveu mais da metade, ou seja, teve um peso de 51,1% do total das vendas desta cultura de rendimento ao longo da presente safra.

Cabo Delgado, também no Norte do país, é a segunda região que mais vendeu a castanha do caju no período em referência, com uma contribuição na ordem de 24%, seguida da Zambézia com 13,68%. 

Tal como em 2017, a castanha produzida este ano é considerada de “boa qualidade” pelos produ-tores, contudo, as empresas produtoras desta cultura insistem que o Governo moçambicano deve dar mais assistência a esta indústria estratégica para economia, por forma a voltar aos tempos dourados da década 70.

Naquele período, a indústria nacional chegou a atingir uma média anual de 216 mil toneladas, colocando o país no topo mundial da produção do caju. Actualmente Moçambique ocupa o oitavo lugar.

A Costa do Marfim lidera o ranking mundial desde 2016, seguida da Índia (anterior líder) e Vietname. Situada na África Ocidental, a indústria de caju costa-marfinensa tem uma produção média de cerca de 725 mil toneladas, representando uma quota de 25% do mercado global.

Os asiáticos Índia e Vietname, detêm uma quota de mercado na ordem de 22% e 11%, respecti-vamente.

Plano ambicioso

É neste contexto, que o Executivo esboçou um Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Sector Agrícola (PEDSA 2011-2020) e em especial com a prioridade dada à garantia de um rendimento competitivo e sustentável para os produtores de maneira a atingir uma equidade social e do género.

No período, o Governo pretende alcançar a meta das 180 mil toneladas. Para o efeito, deverá prestar assistência técnica aos principais intervenientes do sector.

Em paralelo, está em curso o projecto de reativação desta indústria. Só nos próximos três anos, deverá ser investido um valor mínimo de cerca de dois milhões de euros pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD, sigla em inglês) para apoiar os pequenos produtores de castanha.

O valor destina-se ao desenvolvimento da competitividade e durabilidade económica, ambiental, social e estrutural dos produtores de caju num quadro institucional que favorece a transparência da informação no mercado para facilitar a inserção no comércio internacional.

Este projecto, irá contribuir igualmente para reforçar as capacidades institucionais do INCAJU a nível central, através de actividades como o desenvolvimento de sistemas de informação e de acompanhamento do sector, o apoio à concertação com os exportadores e associações de produtores.

A outra componente deste projecto inclui uma iniciativa-piloto na periferia da Reserva Nacional de Gilé, nos distritos de Gilé e Pebane, na província da Zambézia, cujo objectivo é melhorar a produção com técnicas ambientalmente favoráveis, bem como a estruturação dos produtores e a comercialização.

De referir, que o presente projecto é uma continuidade da iniciativa de reativação da indústria do caju que foi implementado entre 2000 a 2007, que também contava com o apoio daquela agência francesa no valor de 4,9 milhões de euros. O projecto teve um financiamento de dois milhões de euros

 

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