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Indústria de carnes defende mais incentivos para ser mais competitiva

Num painel a quatro e com o tema, “Transformar para competir”, a promoção do consumo nacional de carne foi a chave do debate da segunda edição da MOZGROW, que arrancou esta segunda-feira.

Os oradores defendem mais incentivos financeiros e fiscais para aumentar a produção e tornar a indústria de carnes mais competitiva. O gado e o frango produzidos em Moçambique são de alta qualidade.

Para o secretário-executivo da Associação da Indústria Avícola, Zeiss Lacerda, Moçambique reúne condições para ser auto-suficiente na produção do frango, apesar do Governo ter acordado uma quota anual de importação de três mil toneladas.

“Nós temos um compromisso que assumimos junto do Presidente da República em 2016, que até 2019 não faríamos importações. No ano passado, importamos na mesma, mas foi no final de Dezembro. Neste ano, as negociações que temos vindo a fazer com o Ministério da Indústria e Comércio ainda não houve nenhuma quota passada, e pelos vistos não haverá. O caminho é este…é parar com as importações e exportar”, apontou Zeiss Lacerda.

Entretanto, o secretário-executivo da Associação da Indústria Avícola indicou que o factor preço/qualidade é ainda um grande desafio para a indústria avícola no país.

“O nosso frango tem muita qualidade. O nosso frango é caro devido à escala e o custo das matérias-primas (milho e soja). Há os chamados ‘comerciantes de paraquedas’ que criam uma falsa escassez e disparam com os preços”.

Da avicultura à pecuária. Victor Filipe é criador de gado e apontou a informalidade e fraco financiamento como os principais problemas desta indústria.

“Moçambique é praticamente o único país onde a carne de vaca é mais barata que o frango. Ainda não há uma cultura de comer carne, isso porque a carne não tem também a qualidade que já consegue o frango moçambicano. Nós temos que ter incentivos para produção”, referiu Victor Filipe.

Participando via plataforma digital, Hélder Mabote, formador no Instituto Agrário de Marere, em Manica, defendeu a necessidade de diversificar as culturas agrícolas.

Já Mandela Cossa, da Empresa de Comercialização Agrícola (ECA) apontou três desafios para o desenvolvimento agronegócio em Moçambique, que compreendem a competitividade, questões socioeconómicas e ambientais.

Com vista a tornar a indústria de carnes mais competitiva em Moçambique, os oradores consideram ser necessário envolver toda cadeia produtiva.

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